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segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Top 10 gigs @ Malaguetas

Mais que ver essa ou aquela banda, nada se compara a conseguir sentir as emoções mais estranhas no meio de uma galera que você nunca viu na vida, mas que de alguma forma compartilha do seus gostos e prazeres em uma noite. Esse ano, confesso até meio decepcionada que vi menos bandas brasucas, mas em compensação me joguei no mainstream e sim, fui muito feliz.

Vi indies, emos, eletrônicos, headbangers, punks e até sertanejos (sim, acredite) em uma atmosfera muito variada que me fez rever vários conceitos sobre música em si, fãs, indústria e showbiz. Não sou eclética (aliás, detesto esse termo), mas aprendi que distanciamento crítico é a chave para qualquer boa ideia e análise. E que pré-conceitos musicais só te limitam a referências do que você pode vir a ouvir amanhã.

Vi de Charlie Brown a Evanescence, de Móveis Colonias de Acaju a CJ Ramone, de Cachorro Grande a Etienne de Crecy, participei da produção de um documentário de um festival independente (Grito Rock 09) e vivenciei sensações diferentes em cada uma das apresentações desse ano, bem agitado por sinal. É claro que gostei mais de uns do que de outros (alguns não gostei nada), mas acho que foi tudo muito válido. Por isso entrei nas listas de fim de ano com uma despretensiosa colaboração: o meu best-of-gigs. Para ler a resenha, é só clicar no título do show. Enjoy. ;)

Aaah, porque não né?! Nem só de coletes e cortes de cabelo modernete vive a música. Foi legal fugir do lugar comum e encontrar fãs famintos na primeira apresentação dos caras no Brasil. Não sei se é um show que iria de novo, mas cantar 'I wanna Rock!" foi bem engraçado.

O Oasis só ganhou o nono por causa de um resto de consideração que tive por minha adolescência. Além da chuva e dos preços que pareciam um assalto, a banda fez um show morno, mas cheio de hits que seguraram bem a galera. Foi maravilhoso para quem estava de frente para o palco e mediano para todo o resto da plateia. Senti um pouco de relaxo dos caras na apresentação, apesar dos sons muito bem tocados.

Como já disse, esse ano foi o que tive menos tempo para acompanhar o que estava rolando na cena underground. Ainda assim vi poucos, mas bons shows de bandas brasucas e conheci gente nova fazendo coisas muito legais também. Mas só o Black Drawing Chalks me redespertou aquela vontade louca de tirar a roupa quando dou play na música. E o show que rolou no Inferno com o Chuck, ex-Forgotten, só provou que ainda existe futuro pro raw rock and roll brasileiro.

Li no Scream and Yell que o Brandon Flowers é o Bon Jovi do indie, e concordo plenamente. O som estava perfeito e o palco era uma bela reprodução de um cassino, constraste perfeito com a lama que tomou a chacára do Jockey e as barras das calças dos fãs. Foi bonitinho, romântico e apaixonante. E sim, consegui resgatar meu tênis. o/

Achei que podia passar na vida sem ver um show do Iggy Pop. Mas depois de ver o grau de insanidade que ainda existe neste corpo percebi que não dava para ficar sem. O show não foi nada além do que eu já esperava, mas só por causar encrenca com os seguranças mandando a galera subir no palco e por conseguir sair da suavidade do jazz para a agressividade do Stooges em uma virada de música, ele merece o sexto lugar.

O único show em que a chuva deu o tom certo na apresentação. Intenso e ao mesmo tempo suave, o Sonic Youth transpirou seu existencialismo musical e colaborou para que o Planeta Terra fosse o melhor festival do ano. Além disso, ver uma mulher cinquentona se jogando no chão do palco é realmente inspirador. Quando crescer quero ter 1/3 do charme e do poder da Kim Gordon.

Esse foi o show que abriu os clássicos do mainstream do ano. Quase uma década longe das terras tupiniquins, os maiores marketeiros do rock me fizeram escrever a única resenha do show de cima de uma árvore. A diversão ainda me deu direito a ganhar uma pintura de uma fã e comprar uma calcinha tematizada enquanto ouvia "Rock And Roll All Night". Descobri que tenho mais equilíbrio do que imaginava e que às vezes ser poser pode ser muito divertido.




Uma coisa é ouvir, outra é ver né gente?! Dá para imaginar uma banda que com mais de 30 anos de carreira ainda consegue ser visionária e fazer músicas antigas parecerem algo do futuro? Depois de ver a apresentação dos caras cheguei a duas conclusões: 1 - meus horizontes musicais foram rasgados, junto com algum resto de senso comum. 2 - Eles com certeza atravessaram uma fenda no tempo e já sabem o que vai acontecer depois do 2012.




O que alguns desentendidos achavam que iria ser um chororô coletivo, foi o mais belo show do ano. Um universo paralelo com direito a show de luzes no palco e entrega total de Thom Yorke nos instrumentos. Uma dose de ácido para os sentidos em meio a uma catarse coletiva.




Ainda existe alguma dúvida? Os maiores clássicos do rock cantados por 70 mil pessoas + uma locomotiva no palco, Brian Johnson, canhões, sino gigante, strip do Angus, boneca inflável, Malcolm, chamas, Angus de novo, fogos de artíficio, Phill & Cliff, e um verdadeiro exército de diabinhos. O inferno de verdade não deve ser tão bom.

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Não entraram no Top 10, mas valeram a experiência.

- Grito Rock 09 @ Kitsch Club + várias casas
- Cachorro Grande / Móveis / Cordel / Autoramas @ Sesc Pompéia
- CJ Ramone @ Outs
- Bourbon Street Festival 09 @ Ibira
- Cérebro Eletrônico @ Outs
- Boris Brejcha @ Clash
- Yuksek @ Glória
- Etienne de Crecy @ Planeta Terra
- U2 @ Youtube +++
- Easy Star All Stars @ Clash

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Livro :: Anuário dos Festivais 2009

Para quem gosta não só das bandas, mas das experiências proporcionadas por um bom festival, esse livro é uma sugestão generosa. Com 300 páginas recheadas com o que há de melhor nos festivais europeus, ele conta desde suas origens até histórias de fãs e fotos reveladoras do que rola em 21 festanças gringas como Glastonbury e Creamfields.

Foram 96 dias de farra do pessoal da agência Independents United [invejinha boooa]. O livro custa 16 euros na Amazon [se conseguir comprar (ou não) deixo uma nota por aqui]. Para quem quiser conhecer mais a ideia dos caras, é só acessar o site do projeto.

Via.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Goiânia Noise Festival 09

Nesse mês de tantas experiências musicais ao vivo, uma das poucas que não conseguirei ir é o Goiânia Noise. Em sua 15º merecida edição, o festival reunirá na próxima semana as melhores bandas do underground brasileiro. Vi no Popup! esse vídeo que é um documentário fotográfico muito bem feito por Gustavo Pellizzon e dá para ter uma boa ideia do que geralmente rola lá. Para ver a programação e conhecer a história deste que já é um marco na cena independente, clique aqui.

Goiânia Rock City from Gustavo Pellizzon on Vimeo.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Fim de semana dos festivais - Maquinária 2º dia

Mesmo torcendo o nariz por ter que ver Evanescence e não Deftones ou as bandas do primeiro dia, fui ao Maquinária para dar uma olhada na estrutura e ver como tudo estava rolando e tals. Primeiro que ainda estava me recuperando do Planeta Terra quando desci do carro naquela puta chuva de domingo com o pé esfolado e um mau humor já meio intratável. Segundo que subi e desci a portaria duas vezes na chuva porque ninguém me explicava a entrada certa. Na sala de imprensa me deram um convite que me fez dar mais uma puta volta desnecessária sendo que precisava dar umas twittadas, ver links para fotos, set lists, horários e tudo que você só consegue ver na sala de imprensa, aliás, para isso que ela é feita, convite estava sendo vendido na porta por 15 reais pista premium. Mas, ENFIM, depois de uma meia hora perdida achei o Peu e fui dar umas voltas para ver o que estava rolando.

Acho que nunca vi a Chacará do Jockey tão maltratada, os dois últimos eventos que fui lá (GAS e Just a Fest) foram muito caprichados, por isso acabei estranhando algumas coisas. Os dois palcos estavam próximos e o main era um sonho de tão grande. Deve ter sido o paraíso musical ver Faith No More e Jane´s ali. Mas, como já era esperado, o público era bem mais novo e o espaço estava vazio em relação ao primeiro dia, mas nem dá para comparar.

Do lado dos dois palcos tinha um centro de exposições onde marcas street e de surf dividiam espaço com revistas como Rolling Stone (que tinha Rock Band para o pessoal jogar e eu joguei About a Girl do Nirvana porque não conseguia ajustar a guitarrinha) e Trip. Um pessoal disse que tinha telas de grafite, mas não consegui achar. Os preços não estavam muito diferentes do Planeta Terra, a cerveja e refrigerante custavam em média 5 reais e tinha um crepe de queijo muito delícia. Cheguei tarde até para o Panic! at te Disco, mas deu tempo de ver Evanescence, que foi pontual e entrou no palco com toda sua potência nu metal com Amy Lee tocando "Going Under" às 21hs.

Ela estava com os cabelos mais curtos e enrolados e um vestido de retalhos coloridos sem a expressão gótica do início de carreira e parecia estar muito bem com isso, se revezou entre piano, teclado e voz que soa exatamente como nas gravações. Na platéia muita histeria e emoção dos fãs que incluiam pais, mães, crianças e a presença do ex-BBB Max que cantava as músicas como se fosse sua banda favorita. Foi um show de hits de rádio e clipes da MTV, mas bem feito. Acabou de baixo de uma puta chuva onde eu cheguei à conclusão de que queria ter visto mais coisas, mas no fim deu tudo certo, missão cumprida.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Fim de semana dos festivais - Planeta Terra

Estava com tanta saudade desse meu cantinho, essas últimas semanas foram caóticas a ponto de eu não conseguir fazer nada. Mas, enfim, estou de volta (meio atrasada) com a resenha do Planeta Terra e Maquinária no fim de semana que reuniu dois dos maiores festivais do ano. Tirando o blá blá blá, resenhas técnicas, análises de set list e tudo mais que vocês já viram por aí, essas foram as minhas impressões.

Quem não pode ir ao Planeta Terra no Playcenter com certeza perdeu uma das grandes experiências musicais do ano. Mesmo disputando público com o show do Faith no More e Jane´s Addiction no Maquinária [que me deu dores no coração por não poder dar pausa no tempo para ver todos] estava cheio a ponto de ser bem sucedido, mas vazio quando se tratava de espaço e comodidade, chegar na frente do palco só exigia alguns passos onde você podia encontrar um lugar razoável e não muito apertado. Os brinquedos ficaram abertos e as filas que geralmente levam horas, não duravam mais que minutos. Eu fui em uns três até que cheguei no Cataclisma e a vontade de vomitar misturada com a breja que tinha bebido me impediram de continuar.

Os palcos estavam próximos, a ponto de não rolar uma poluição sonora, e era difícil fazer um roteiro que desce para ver tudo. O dia começou super bonito e ensolarado e o Móveis Coloniais de Acaju começou a tocar um pouco antes do horário marcado, o que deu tempo suficiente para emplacar todos os hits do novo álbum C_MPL_TE e alguns sucessos do primeiro CD nos shows super animados que eles fazem, quem já foi em algum, sabe do que estou falando. Eles são daqueles que tocam com 30 e para 30 mil pessoas com a mesma energia, exemplo disso foi a "Copacabana" ser tocada do meio do público.

Enquanto isso, no palco indie, a banda EX! liderada por Monique Maion tinha um público tímido para conquistar. Eles têm umas influências de electro pop e contam com as referências jazzísticas de Monique que super animada corria de um lado ao outro do palco fazendo estripulias. Para quem quiser conhecer, o site oficial é [www.ex.art.br] o som é bem legal até. Depois deles, o feature alternativo foi o pessoal do Copacabana Club com a vocalista Cacá que desceu do palco para ficar mais perto dos fãs no fechamento do show com "Just do it".

O Sonic Youth de longe era a banda mais esperada da noite [inclusive por mim, a Kim Gordon é meu sonho de futuro]. Depois de uma apresentação mediana no Claro que é Rock em 2005, onde também compartilhou palco com Iggy, mostrou porque continua sendo a banda mais representativa do cenário alternativo depois de 29 anos. Mesmo sem a presença do guitarrista Lee Ranaldo que sofreu uma lesão no braço e como muitos já falaram, sem se apegar a grandes hits, das 15 músicas tocadas do set list foram 8 sons do novo álbum The Eternal como "No Way", "Calming, the Snak" e “The sprawl”. Kim Gordon foi um espetáculo à parte, charmosa e espontânea fez de “Jams Run Free” uma brisa pessoal onde rodou em torno de si mesma até cair no chão de tontura. E Thurston Moore é uma lenda viva, com praticamente a mesma roupa e o mesmo cabelo do início de carreira, dava a composição da banda no palco um aspecto de conjunto, de divisão de brilho. Sem disputas, só pelo rock and roll. A chuva deu o toque final, nas horas certas, parecia quase que premeditada.

O Ting Tings não me convenceu. O som é chicletinho, funciona na balada, mas no palco é um fiasco. Não dava para saber o que Katie estava tocando, o que estava gravado e o que era eletrônico. Uma mistura confusa onde ela se revezava entre instrumentos que não tinham sincronia nenhuma. Não tinha nem como disputar o horário com IggyPop que valeu bem mais a pena.

O vovô totalmente na contramão do Sonic Youth que era uma BANDA, mostrou porque seu nome foi separado dos Stooges. A banda praticamente servia as loucuras dele do palco que dançava e cantava com a mesma voracidade de sua juventude. De vez em outra abaixava um pouco a calça até que sua bunda estivesse totalmente a mostra, sua voz oscilava entre o sofisticado grave do novo álbum de jazz e os gritos histéricos que lhe deram a fama. Mesmo meio torto e uns kilos mais gordo chamou o pessoal para subir ao palco, deu uma polemizada e arrumou encrenca com os seguranças e fotógrafos. O repértório da banda foi bem escolhido e clássicos como "Raw Power", "Search & Destroy" e "I Wanna be your dog" fizeram a noite.



A noite foi fechada com os eletrônicos Etienne de Crécy e Anthony Rother que deram o clima de balada para quem conseguiu sobreviver ao festival [eu já estava morta, com os pés machucados]. Etienne com um palco cheio de efeitos de luzes, como se estivesse no centro de um cubo mágico tocou um som bem cheio e sincronizado. Eu sou suspeita para falar [ sou muito cachorro perto de árvore de Natal, qualquer luz me atrai] mas achei a apresentação bem legal, como não tinha NENHUMA foto boa e poucos vídeos, vai esse de exemplo. Já o Rother vi bem pouco, apesar dele parecer um Danny de Vito latino e ouvir o Peu falar dez vezes que ele era o poeta da música eletrônica, achei o set bem legal. O mais interessante é que essas apresentações são muito diferentes do que se está acostumado a ouvir em pistas em que o DJ é um mero coadjuvante.

Sai de lá ainda meio bêbada, com os pés acabados e uma puta dor de estômago, mas sobrevivi feliz porque não passei stress com a organização que mandou muito bem tanto na comunicação visual quanto na prática lá na hora, na facilidade e diversas opções sensoriais para se divertir e a divulgação do festival que foi master bem falada. Tanto que me fez manter esse post mesmo uma semana depois. ;)

Para ver vídeos, clique aqui, o Terra TV fez toda a cobertura.

Cobertura para o Mundo Rock de Calcinha.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

#Esquenta - Planeta Terra 2009

Eu sempre quis um ônibus de turnê, não uma Van, não uma Kombi, não um avião, um ônibus a lá Rolling Stones em início de carreira, aquela coisa bem pé na estrada mesmo. O Planeta Terra aproveitou essa ideia de rockstar lifestyle e está com uma campanha legal esse ano: você pode fazer um do-it-yourself-ônibus-de-turnê com direito a escolher petiscos, cervejas e vários outros itens e chamar tooooda a galera pra ir junto. O piloto do ônibus com mais passageiros no dia 23/10 vai levar 5 ingressos para sortear (euzinha) e as 15 pessoas que mais divulgarem também ganham convite pro camarote do festival com tudo que se tem direito. Eu já montei o meu e coloquei cerveja - papparazzo - palco para air guitar - DJ e uns snacks [não vou mentir, tentei colocar cerveja duas vezes, mas o sistema não deixou =( ]. Diversão garantida + sexo, drogas e rock and roll!...Bem, rock and roll é certeza, sexo só se você encontrar alguém legal (não prometo nada) e o máximo de drogas que você vai conseguir é tomar uns quatro ou cinco energéticos, se não vomitar, pode voltar no ônibus.

No ano passado eu fui, pirei em várias coisas diferentes (principalmente no show do Breeders) e esse ano com Sonic Youth e Iggy no line não vai ser nada diferente. Se você ainda não viu o que vai rolar no Playcenter, dá uma fuçada no site, vou colocar umas notas-petisco por aqui também. Para conhecer a ideia e subir no ônibus do Malagas, é só clicar AQUIII ou na imagem aí em cima. Já está convidado, um dos ingressos por ser seu. ;)

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Woodstock no Brasil?

Depois do anúncio de Perry Farrel dizendo que pretende trazer o Lollapalooza para o Brasil foi a vez de Eduardo Fisher [empresário do grupo Totalcom de Comunicação] anunciar em seu twitter que está indo para Nova York realizar reuniões com representantes do Woodstock [sim, isso mesmo] para trazer o festival para as terras tupiniquins. Vai ser a mesma coisa? Claro que não. Mas, todos já conhecem o formato do festival e seus line-ups de bandas que sempre são muito generosos, cruzar os dedos nessa hora é uma boa pedida. Será que 2010 vai compensar 2009 se tornando o ano dos grandes festivais? [Espero que sim].

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Lollapalooza no Brasil

Santo Perry Farrell! Já se preparando para o show do Jane's Addiction no Maquinária, ele deu essa entrevista à Folha de São Paulo dizendo o seguinte:

“Vou levar o Lollapalooza ao Brasil. Já estou em negociações com algumas pessoas daí, por isso não posso falar muito agora. Mas será parecido com o que fazemos nos EUA, com muitas bandas de rock e DJs de eletrônica.”

Viva, viva e mil vezes viva! Até que enfim alguém olhou para as terras tupiniquins. Esperamos realmente que role. ;)

Vi no Move that Jukebox

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Resenha GAS - Guaraná Antarctica Street Festival

Cheguei na Chácara do Jockey por volta das 18hs30 [atrasada, pra variar] e já tinha rolado o show do Vivendo do Ócio, Marauê e Voltz. Mas, ao subir a ruazinha que levava a pista principal já dava pra sentir uma prévia das experiências que estavam disponíveis. A entrada começava com um espaço onde rolavam disputas de vários bboys, um pouco mais acima tinha uma pista de skate/BMX com alguns caras andando e grafiteiros trabalhando em telas em branco.

Foi escurecendo e a ruazinha iluminada com luzes verdes deu uma ressaltada na decoração do lugar. A primeira coisa que vi foi o stand da Microsoft/XBox bombando de gente jogando basquete [sorry, não sei o nome do jogo], Rock Band e Tony Hawk. O espaço era compartilhado com a exposição do documentário "Vida Sobre Rodas" dirigido por Daniel Baccaro com fotos de consagrados skatistas brasileiros em manobras e imagens de infância, dentre eles Sandro Dias, Bob Burnquist, Lincoln Ueda, Cristiano Matheus, Fabiola da Silva [representando as meninas] Otávio Neto e Edgar Vovô. O documentário tem previsão de estreia para o primeiro semestre de 2010.

Um pouco mais para frente tinha uma espécie de feirinha, onde marcas de skate vendiam shapes, camisetas e diversos produtos. Do outro lado estava a Super Bowl, uma rampa em forma de piscina de 27 metros vinda direto de Califórnia lands. Lá os personagens de Vida Sobre Rodas mostraram em manobras individuais e em duplas porque são os melhores do país. Tentei entrar, mas infelizmente não consegui, parei e fiquei assistindo o que rolava dos telões do lado de fora mesmo até que dois caras começaram a correr em volta de mim (??) e de repente um desceu a porrada no outro e eu fiquei ali no meio, quase levei uma de graça também.

Faltou arroz e feijão

No meio de tudo isso estava o palco e no palco era hora da banda Cine. [DEUS! Que desespero.] Com roupas coloridas à la anos 80 eles subiram ao palco super animados e tocaram sons do álbum de estreia Flashback como "Chamada Perdida" e "As Cores". A cada troca de música as fãs de cabelos estrategicamente penteados para a esquerda (assim como o vocalista DH) iam aos berros. A banda arriscou fechar o show com "Blood Brothers" do Papa Roach, os primeiros riffs até me deixaram esperançosa, mas não deu. O vocalista ia de um lado a outro sem fôlego e dando várias firuladas um tanto quanto enganosas, além daquele tecladinho bizarro e fora do tempo no meio das músicas que não me convenceu. Pois é DH, precisa treinar mais um pouquinho.


Não entendi

Trocas de equipamentos e algumas voltas no espaço depois começou o show da Fresno. Divulgando o último trabalho, o álbum Redenção, eles tocaram sons conhecidos como "Uma Música", "Alguém Que Te Faz Sorrir" e as mais antigas "Velha História" e "Quebre as Correntes". Confesso que depois da Cine, eles me pareceram musicalmente bem melhores. Mandaram bem em "Radio Gaga" do Queen [que a meninada deve ter achado que era algum som novo] e para finalizar, Lucas ligou um sintetizador, fez uns ruídos meio desconexos e deixou eles rolando enquanto a banda se despedia da platéia...


Champagne e água benta

Charlie Brown é uma daquelas bandas que você ouve e sabe de todas as letras mesmo que não queira, eles tocam em comercial, programa de TV, rádio e qualquer barraquinha que venda CD. Por causa disso e de muitas outras situações esses sons lembram muito minha adolescência. A banda [de Chorão] estava fazendo a última gravação para o DVD da turnê e eles desceram à porrada tocando os sons com mais pegada de rock de seus álbuns por causa de um defeito na guitarra de Thiago Castanho. Mesmo sem a formação que deu origem a banda, os músicos continuam muito bons e Chorão num misto de comemoração e animação abriu uma champagne e jogou no pessoal falando trezentas vezes que o skate estava em suas veias. A pista tradicionalmente montada no palco, tinha ninguém menos que mineirinho. No setlist estavam a bonitinha "Me encontra" do novo álbum Camisa 10, joga bola até na Chuva, "Rubão", "Zóio de Lula" e algumas das minhas favoritas "Proibida pra Mim", "Hoje eu Acordei Feliz" e "Champagne e Água Benta". A galera pediu "Confisco" mas não rolou. Ao invés disso teve uma session de "Tree Little Birds" e uma cover malandra de "Break On Through" dos Doors.


Atitude, vinho e hardcore

O Face to Face subiu ao palco por volta das 23hs e mostrou porque depois de tantos anos ainda é referência para muita gente. Sem roupas coloridas, sintetizadores forçados ou champagne os caras tocaram um som atrás do outro sem nenhuma dó ou firula com o público. O bem humorado vocalista Trever Keith já entrou falando que como eles não tinham álbum novo iam tocar as velhas mesmo [haha, como se alguém fosse se importar], falou várias vezes que queria voltar ao país já que eles estão ficando velhos e não tocarão por muito tempo e revelou um interesse [piada?] de abrir um show do Iron Maiden. Entre uma taça de vinho e outra passaram por toda a discografia com "Disconnected" que um fã subiu para cantar junto, saiu correndo e pulou do palco, "I Want", "Blind", "A-OK", "I Won't Lie Down" e o show aparentemente tinha acabado. Começou até a rolar um comercial da Antarctica quando os fãs começaram a gritar, eles voltaram, ligaram os cabos sem roadie e mandaram mais uma para a alegria da galera que foi tanta que até invadiu a área VIP sendo retirada [de um jeito muito estúpido, sem necessidade] pelos seguranças.


Para quem quiser saber os ganhadores dos concursos de grafite e skate amador é só entrar no site.

Enquanto isso, a Chácara do Jockey fica guardadinha pro Killers.

1ª foto: Marco Gomes. Mais fotos: Divulgação.


segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Festivais filhos do Woodstock

Não, não é sobre a geração baby boomer que vou falar. Aproveitando que 2009 é o ano em que esse universo contracultural e de paz e amor chega a idade da loba, listei aqui alguns festivais que podem ser considerados filhos do espírito que rolou em Woodstock. E que além disso, mostram de alguma forma que depois de décadas, os melhores eventos de música não precisam de cenários megalomaníacos e efeitos especiais à la Spielberg, salvas algumas excessões, acho que espetacularizar sempre vai ser uma forma de "imagem tentando compensar conteúdo" o que só encarece o ingresso. Sempre achei que o espetáculo tem que ficar por conta da banda e não o contrário.

É claro que ter água filtrada, poder usufruir de alguma organização [na medida do possível] já são grandes evoluções e os line-ups sempre generosos também não deixam a desejar. Mas, acho que deu para entender.

Ozzfest
Organizado pelo casal Osbourne depois de uma dor-de-cotovelo do Ozzy (por não deixarem ele participar do Lollapalooza), a primeira edição rolou em 96 e já virou programa na MTV em que bandas disputam por um espacinho em um dos dois palcos.


Monsters of Rock
O festival é tradicionalmente organizado nas pistas do Castelo de Donington na Inglaterra, em 94 ganhou a primeira de várias edições brasileiras. Trouxe Megadeth, Black Sabbath, Slayer e as brasileiras Viper e Sepultura.


Monterey Pop
Esse está mais pra pai do que pra filho. Lembra do Hendrix enlouquecido incendiando a guitarra? Foi nesse festival que tudo começou. Antes mesmo do Woodstock, em junho de 67, eles já tinham The Who e Janis Joplin no line, reunindo cerca de 90 mil hippies doidões. Dizem por aí que foi o primeiro grande festival do gênero.


Glastonbury
O primeiro Glastonbury aconteceu em 1970 logo após a morte de Hendrix em forma de homenagem com várias bandas de blues. Quanto custava? Um mísero dólar (com direito a leite FREE da fazenda, haha), contou com cerca de 1.500 pessoas. O segundo teve a entrada FREE e 12 mil pessoas. Hoje o ingresso custa cerca de 125 dólares e em 2008 levou 190 mil pra lama. Imagens para ficar com invejinha, aqui.


Lollapalooza
O Lollapalooza foi criado em 91 pelo Perry Farrel (vocal do Jane's Addiction) e na verdade era uma ideia de turnê da banda. O primeiro festival teve desde Siouxie até Nine Inch Nails e funcionava como um ode ao underground e uma tentativa de fugir do mainstream da época. Teve altos e baixos, e um dos mais baixos foi em 94 no auge do grunge que tinha o Nirvana como headliner e acabou com o show cancelado por causa do suícidio do Kurt, prejuízo certeza.


Hollywood Rock
Eu nem sonhava em nascer, quando a Souza Cruz fez o primeiro festival em 75, cerca de 10 anos depois seria organizado pelo jornalista musical Nelson Motta. Primeiro da Rita Lee sem Mutantes e Mutantes sem Rita. Não tinha uma peridiocidade certa, mas conseguiu trazer Alice In Chains, Skid Row, Bob Dylan, Aerosmith, Rolling Stones, Supergrass e Smashing Pumpkins para as terras tupiniquins, algumas bandas nas suas melhores fases. A festa acabou literalmente quando o senado aprovou a lei 9.294 em 96 que proibia empresas de álcool e tabaco de patrocinarem eventos.


Rock in Rio
Em 85, o publicitário Roberto Medina com o espaço batizado de "cidade do rock" criou um evento de sucesso pensado de um jeito infinitamente mais comercial que o Woodstock. Mas os caras não falham, cerca de 200 mil pessoas passaram pelo primeiro Rock in Rio [esse da foto], e deu tão certo que ele foi importado pela Europa, e ficou por lá mesmo enquanto nós chupamos o dedo. Dizem que o próximo será em 2011, já que ele precisou ser adiantado por causa da copa em 2014.

É claro, que além desses All Points, Wacken, Planeta Terra, Maquinaria, Tim Festival, Goiânia Noise, Abril pro Rock [nossos representantes brasilis] e tantos outros que rolam com ou sem crise dos festivais são nossas grandes consolações, mesmo com os preços meio salgados.


Quanto aos filhos de Woodstock? "Para ser igual, tem que ser muito diferente. Senão vira imitação, vira pastiche, uma cópia fake, não dá." Não sei se concordo, mas isso é o que Caetano Veloso diz a Zuenir Ventura, autor de "1968 - O ano que não terminou" e "1968 - O que fizemos de nós" nessa ótima entrevista. Zuenir, o jornalista que viveu toda a brisa desses anos, ainda explica sem rodeios ou tabus porque as "raves" ou festivais de música eletrônica são o Woodstock da nossa geração. Vale muito a pena o clique.

E é isso aí, para saber mais sobre o Woodstock, dá-lhe Google ou WoodstockStory.

E como sempre, para fechar um vídeozinho ;)

terça-feira, 16 de junho de 2009

Festival Internacional do Documentário Musical

Tirando a cacofonia que faz parte do seu nome, o Festival Internacional de Documentário Musical criado há 7 anos em Barcelona é um grande incentivador desse genêro tão pouco conhecido. Esse ano aterrisou pela primeira vez no Brasil e apresentará 25 filmes gringos, 15 nacionais e 6 vão concorrer a "Melhor documentário brasileiro", chique né beim.

O festival vai rolar do dia 25/06 a 05/07 em São Paulo e 09 a 12/07 no Rio de Janeiro. Em Sampa, os filmes poderão ser vistos nos seguintes cinemas da cidade: MIS (Museu de Som e Imagem), HSBC Belas Artes, Galeria Olido, Cinesesc (Augusta) , Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso e Instituto Cervantes. Para mais informações sobre valores dos ingressos (que são baratinhos, em torno de 5 a10 reais) acesse o site do evento em programação.

Além dos filmes, vão rolar palestras, bate-papos com diretores e shows que vão desde Thundervoltz a Combat Rock (projeto do Clemente do Inocentes) e Victor Rice e sua versão de Sgt Peppers dos Beatles.

Os filmes que vão rolar são esses aqui embaixo:

Os 6 concorrentes

- Na Base da Bossa, 50 anos de Excelência
- Música Subterrânea
- Jards Macalé - Um Morcego na Porta Principal
- Favela On Blast
- Dub Echoes
- Fandango

Os inscritos brasileños

- Guidable - A História do Ratos de Porão
- Bicho de Pé - 10 anos
- Britomania
- Calangos e Calangueiros
- Velhas Virgens: Atrás de cerveja e mulher
- Teu canto de praia
- Terreiro Grande
- Ruído das Minas
- Recife Beat
- O Rei da Munganga

Documentários Convidados
- Cantoras do Rádio
- Um Homem de Moral

Curtas
- Jaguaribe Carne
- Maestro Formiga
- Nós Somos Um Poema
- Rec And Beat

Documentários Internacionais
- A la recherche d'Orfeu Negro
- Altered by Elvis
- American Hardcore
- Anita O Day
- B-Side
- Cachao, ¡Uno Más!
- Calle 54
- End of the Century: The Story of the Ramones
- From Mambo to Hip Hop: A South Bronx Tale
- Get Thrashed
- Godfather of Disco
- Johnny Cash at Folsom Prison
- Los Blue Splendor
- Martino Unstrung: A Mistery Brain
- El milagro de Candeal
- Mundo Tributo
- New Orleans Music in Exile
- Nina Simone, Love Sorceress… Forever
- Ozawa
- Public Enemy: Welcome to the Terrordome
- Punk Attitude
- Punk's not dead
- Respect yourself
- Rolling like a Stone
- Sigur Ros, Heima
- Soldiers of Music: Rostropovich Returns to Russia
- The Wrecking Crew
- Tresor Berlin: The Vaults and the Electronic Frontier
- Wanda Jackson: The Sweet Lady with the Nasty Voice

Um dos documentários apresentados será Johnny Cash tocando na Folsom Prison, aquele show que já foi abordado no filme-biografia do cantor, Jhonny e June. Quem irá apresentá-lo será o escritor brasileiro Ferréz.


Eu vou. E você?

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

GRITO RRRROCK SAMPA!


Depois da agitação do carnaval, uma boa opção ééé...éééé...continuar agitando! ÊÊÊÊ!

O Grito Rock São Paulo 2009 vem cheio de novidades e música nacional dos quatro cantos do país. O festival é super organizado pela Escárnio e Osso que além dos shows, está fazendo uma série de entrevistas especiais com as bandas no site.

Durante os dias 5, 6 e 7 (não repara no flyer, é que o Macarra ainda está aprendendo a contar, rs) 13 bandas se revezarão em três palcos da cidade: OUTS, KITSCH CLUB e LIVRARIA DA ESQUINA.

Tem Seychelles, Los Porongas, Cérebro Eletrônico, Madame Saatan e váaaarias outras bandas que cada vez mais vêm fortalecendo e trazendo qualidade para a nossa tão sofrida cena independente.

Se tiver com um tempo sobrando dá uma passada que compensa! ;)