Quem não pode ir ao Planeta Terra no Playcenter com certeza perdeu uma das grandes experiências musicais do ano. Mesmo disputando público com o show do Faith no More e Jane´s Addiction no Maquinária [que me deu dores no coração por não poder dar pausa no tempo para ver todos] estava cheio a ponto de ser bem sucedido, mas vazio quando se tratava de espaço e comodidade, chegar na frente do palco só exigia alguns passos onde você podia encontrar um lugar razoável e não muito apertado. Os brinquedos ficaram abertos e as filas que geralmente levam horas, não duravam mais que minutos. Eu fui em uns três até que cheguei no Cataclisma e a vontade de vomitar misturada com a breja que tinha bebido me impediram de continuar.Os palcos estavam próximos, a ponto de não rolar uma poluição sonora, e era difícil fazer um roteiro que desce para ver tudo. O dia começou super bonito e ensolarado e o Móveis Coloniais de Acaju começou a tocar um pouco antes do horário marcado, o que deu tempo suficiente para emplacar todos os hits do novo álbum C_MPL_TE e alguns sucessos do primeiro CD nos shows super animados que eles fazem, quem já foi em algum, sabe do que estou falando. Eles são daqueles que tocam com 30 e para 30 mil pessoas com a mesma energia, exemplo disso foi a "Copacabana" ser tocada do meio do público.
Enquanto isso, no palco indie, a banda EX! liderada por Monique Maion tinha um público tímido para conquistar. Eles têm umas influências de electro pop e contam com as referências jazzísticas de Monique que super animada corria de um lado ao outro do palco fazendo estripulias. Para quem quiser conhecer, o site oficial é [www.ex.art.br] o som é bem legal até. Depois deles, o feature alternativo foi o pessoal do Copacabana Club com a vocalista Cacá que desceu do palco para ficar mais perto dos fãs no fechamento do show com "Just do it".O Sonic Youth de longe era a banda mais esperada da noite [inclusive por mim, a Kim
O Ting Tings não me convenceu. O som é chicletinho, funciona na balada, mas no palco é um fiasco. Não dava para saber o que Katie estava tocando, o que estava gravado e o que era eletrônico. Uma mistura confusa onde ela se revezava entre instrumentos que não tinham sincronia nenhuma. Não tinha nem como disputar o horário com IggyPop que valeu bem mais a pena.
O vovô totalmente na contramão do Sonic Youth que era uma BANDA, mostrou porque seu nome foi separado dos Stooges. A banda praticamente servia as loucuras dele do palco que dançava e cantava com a mesma voracidade de sua juventude. De vez em outra abaixava um pouco a calça até que sua bunda estivesse totalmente a mostra, sua voz oscilava entre o sofisticado grave do novo álbum de jazz e os gritos histéricos que lhe deram a fama. Mesmo meio torto e uns kilos mais gordo chamou o pessoal para subir ao palco, deu uma polemizada e arrumou encrenca com os seguranças e fotógrafos. O repértório da banda foi bem escolhido e clássicos como "Raw Power", "Search & Destroy" e "I Wanna be your dog" fizeram a noite.A noite foi fechada com os eletrônicos Etienne de Crécy e Anthony Rother que deram o clima de balada para quem conseguiu sobreviver ao festival [eu já estava morta, com os pés machucados]. Etienne com um palco cheio de efeitos de luzes, como se estivesse no centro de um cubo mágico tocou um som bem cheio e sincronizado. Eu sou suspeita para falar [ sou muito cachorro perto de árvore de Natal, qualquer luz me atrai] mas achei a apresentação bem legal, como não tinha NENHUMA foto boa e poucos vídeos, vai esse de exemplo. Já o Rother vi bem pouco, apesar dele parecer um Danny de Vito latino e ouvir o Peu falar dez vezes que ele era o poeta da música eletrônica, achei o set bem legal. O mais interessante é que essas apresentações são muito diferentes do que se está acostumado a ouvir em pistas em que o DJ é um mero coadjuvante.
Sai de lá ainda meio bêbada, com os pés acabados e uma puta dor de estômago, mas sobrevivi feliz porque não passei stress com a organização que mandou muito bem tanto na comunicação visual quanto na prática lá na hora, na facilidade e diversas opções sensoriais para se divertir e a divulgação do festival que foi master bem falada. Tanto que me fez manter esse post mesmo uma semana depois. ;)
Para ver vídeos, clique aqui, o Terra TV fez toda a cobertura.
Cobertura para o Mundo Rock de Calcinha.
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