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segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Festivais filhos do Woodstock

Não, não é sobre a geração baby boomer que vou falar. Aproveitando que 2009 é o ano em que esse universo contracultural e de paz e amor chega a idade da loba, listei aqui alguns festivais que podem ser considerados filhos do espírito que rolou em Woodstock. E que além disso, mostram de alguma forma que depois de décadas, os melhores eventos de música não precisam de cenários megalomaníacos e efeitos especiais à la Spielberg, salvas algumas excessões, acho que espetacularizar sempre vai ser uma forma de "imagem tentando compensar conteúdo" o que só encarece o ingresso. Sempre achei que o espetáculo tem que ficar por conta da banda e não o contrário.

É claro que ter água filtrada, poder usufruir de alguma organização [na medida do possível] já são grandes evoluções e os line-ups sempre generosos também não deixam a desejar. Mas, acho que deu para entender.

Ozzfest
Organizado pelo casal Osbourne depois de uma dor-de-cotovelo do Ozzy (por não deixarem ele participar do Lollapalooza), a primeira edição rolou em 96 e já virou programa na MTV em que bandas disputam por um espacinho em um dos dois palcos.


Monsters of Rock
O festival é tradicionalmente organizado nas pistas do Castelo de Donington na Inglaterra, em 94 ganhou a primeira de várias edições brasileiras. Trouxe Megadeth, Black Sabbath, Slayer e as brasileiras Viper e Sepultura.


Monterey Pop
Esse está mais pra pai do que pra filho. Lembra do Hendrix enlouquecido incendiando a guitarra? Foi nesse festival que tudo começou. Antes mesmo do Woodstock, em junho de 67, eles já tinham The Who e Janis Joplin no line, reunindo cerca de 90 mil hippies doidões. Dizem por aí que foi o primeiro grande festival do gênero.


Glastonbury
O primeiro Glastonbury aconteceu em 1970 logo após a morte de Hendrix em forma de homenagem com várias bandas de blues. Quanto custava? Um mísero dólar (com direito a leite FREE da fazenda, haha), contou com cerca de 1.500 pessoas. O segundo teve a entrada FREE e 12 mil pessoas. Hoje o ingresso custa cerca de 125 dólares e em 2008 levou 190 mil pra lama. Imagens para ficar com invejinha, aqui.


Lollapalooza
O Lollapalooza foi criado em 91 pelo Perry Farrel (vocal do Jane's Addiction) e na verdade era uma ideia de turnê da banda. O primeiro festival teve desde Siouxie até Nine Inch Nails e funcionava como um ode ao underground e uma tentativa de fugir do mainstream da época. Teve altos e baixos, e um dos mais baixos foi em 94 no auge do grunge que tinha o Nirvana como headliner e acabou com o show cancelado por causa do suícidio do Kurt, prejuízo certeza.


Hollywood Rock
Eu nem sonhava em nascer, quando a Souza Cruz fez o primeiro festival em 75, cerca de 10 anos depois seria organizado pelo jornalista musical Nelson Motta. Primeiro da Rita Lee sem Mutantes e Mutantes sem Rita. Não tinha uma peridiocidade certa, mas conseguiu trazer Alice In Chains, Skid Row, Bob Dylan, Aerosmith, Rolling Stones, Supergrass e Smashing Pumpkins para as terras tupiniquins, algumas bandas nas suas melhores fases. A festa acabou literalmente quando o senado aprovou a lei 9.294 em 96 que proibia empresas de álcool e tabaco de patrocinarem eventos.


Rock in Rio
Em 85, o publicitário Roberto Medina com o espaço batizado de "cidade do rock" criou um evento de sucesso pensado de um jeito infinitamente mais comercial que o Woodstock. Mas os caras não falham, cerca de 200 mil pessoas passaram pelo primeiro Rock in Rio [esse da foto], e deu tão certo que ele foi importado pela Europa, e ficou por lá mesmo enquanto nós chupamos o dedo. Dizem que o próximo será em 2011, já que ele precisou ser adiantado por causa da copa em 2014.

É claro, que além desses All Points, Wacken, Planeta Terra, Maquinaria, Tim Festival, Goiânia Noise, Abril pro Rock [nossos representantes brasilis] e tantos outros que rolam com ou sem crise dos festivais são nossas grandes consolações, mesmo com os preços meio salgados.


Quanto aos filhos de Woodstock? "Para ser igual, tem que ser muito diferente. Senão vira imitação, vira pastiche, uma cópia fake, não dá." Não sei se concordo, mas isso é o que Caetano Veloso diz a Zuenir Ventura, autor de "1968 - O ano que não terminou" e "1968 - O que fizemos de nós" nessa ótima entrevista. Zuenir, o jornalista que viveu toda a brisa desses anos, ainda explica sem rodeios ou tabus porque as "raves" ou festivais de música eletrônica são o Woodstock da nossa geração. Vale muito a pena o clique.

E é isso aí, para saber mais sobre o Woodstock, dá-lhe Google ou WoodstockStory.

E como sempre, para fechar um vídeozinho ;)

sábado, 8 de agosto de 2009

40 anos de Abbey Road

"One thing I can tell you is you got to be free"
Há 40 anos...Ringo, John, Paul e George cruzaram a famosa rua inglesa marcando um passo importante na história da música. O aniversário da capa do 12º álbum dos Beatles que reúne sucessos como "Come Together", "Here Comes de The Sun" e mais grandes clássicos é comemorado por fãs do mundo inteiro e o muro do estúdio onde foram feitas as gravações está cheio de recados e mensagens para os músicos. Hoje [como todo ano] a rua está bombando de gente recriando a cena e relembrando os sons do álbum. Dá só uma olhada na foto abaixo:

Muita coisa mudou no mundo desde o lançamento do álbum, guerras terminaram e recomeçaram, [Paul ainda está vivo o/], eleições continuam a ser contestadas, jovens mostraram em diversas manifestações políticas e culturais isoladas que também sabem a que vieram e mesmo que parecesse muito mais divertido estar no meio daquela sociedade hippie-brisa-alternativa, não dependemos dela para fazer coisas acontecerem. Mas, foi desses calorosos anos 60 que tíramos uma boa lição de saber viver no melhor sentido da frase. Como disse esse artigo da Revista Brasileiros, o sonho acabou? Acho que não.


Ps.: Eu sei que a wikipedia ainda não tem muita credibilidade no país, mas essas informações para quem quiser saber mais sobre o álbum são extensas e caprichadas, vale a pena dar uma olhada.

Queria listar algumas das milhares de recriações da capa, se achar um post legal coloco aqui ;)

UPDATE: O portal Vírgula reuniu algumas capas cópia-paródia, veja aqui.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Feliz todos-os-dias-de-rock!

É claro que não ficaria de fora dessa festança do dia mais musical do ano, né?! Eu sei, eu sei, já é dia 14, mas Dia do Rock é igual aniversário de brother, não dá para deixar passar em branco. E como eu sempre fico por último no rolê e todo mundo já falou os vídeos que você tem que ver, os filmes que você tem que pegar na locadora e até os remixes dos clássicos eu vou viajar em algumas mudanças significativas (para mim) nessas últimas décadas:

- A taxa de mortalidade dos músicos subiu de 27 para até o dia que o Keith Richards morrer.


- Antes eu ficava meia hora esperando a minha música favorita tocar na rádio para gravar um cassete playlist no radinho de pilha e ficava puta da vida quando o locutor atropelava "Wish You Were Here" com a vinheta da Mack Color ou entrava alguém no quarto e dava interferência na antena.

- Antes eu ficava duas horas esperando para copiar o CD de um amigo, juntava com o de uma amiga e mais uns conhecidos e fazia uma coletânea que girava a galera da escola.


- Hoje eu faço um download olhando para os lados com medo de levar um pedala e ser presa.


- As pessoas não me perguntam mais se eu uso preto porque sou "roqueira"ou se sou "roqueira" porque uso preto. Aliás, quem inventou esse termo horrível?

- Eu assistia Beavis and Butthead com a minha mãe, depois Vaca Láctea, depois South Park, Aeon Flux e agora o que tem? Liga dos VJ's? (ok, não tem nada a ver, mas é que eu adorava a Vaca Láctea).

- Meu baú está cheio de revistas, fanzines, flyers de bandas que nem existem mais, fitas, CD's, letras de músicas rascunhadas e desenhadas, fotos e um monte de histórias que envolvem a influência deste ritmo na minha vida.

- O Oasis veio tocar aqui e eu não gostei. O Radiohead deu a maior brisa da minha vida e o Kiss me divertiu horrores.

Esse é meu jeito de dizer que não tem como definir o que é mais ou menos rock and roll. Nem sei se é possível dizer quais são os clipes, músicas e bandas que fizeram o ritmo, acho que teria um AVC de tanto pensar em tanta coisa ao mesmo tempo. É claro, algumas bandas tiveram um maior apelo comercial que outras, fizeram mais transformações e ramificações
nos sons e tiveram toda a sua importância para a cena. Mas, para mim rock não é mais só botar um som pra rolar e sim toda a vivência sensorial que gira em torno desse mundo. Música definitivamente é meu lifestyle.



Agora é só colocar o chapéu, os óculos escuros e andar de Harley pela Rota 66. ;) "For those about to rock, we salute you!" \m/