Vi no Update or Die! essa session de estúdio dos Stones e achei o máximo! É um vídeo do "parto" de "Sympathy for The Devil", um dos conhecidos clássicos da banda inspirado no livro "O Mestre e a Margarida" do soviético Mikhail Bulgakov. Compensa dar uma olhada em como os caras fazem a composição, as cores vintage das imagens e claro, para marcar nos favoritos.
Eu sinceramente não sei como começar essa resenha, talvez seja o estado de êxtase contínuo que ainda corre pelo meu corpo. O AC/DC já vendeu 2 milhões de ingressos pelo mundo, são 2 milhões de fãs que viram o mesmo palco, (quase) o mesmo setlist e a mesma estrutura que a gente vê em qualquer bom vídeo do YouTube. Mas estar em um estádio com 70 mil pessoas (duas vezes a cidade de Taquarituba) cantando as músicas que você cresceu ouvindo, cantou milhares de vezes e até decorou as horas dos solos pro air guitar, é uma sensação difícil de descrever.
Animação de introdução do show
Depois de 13 longos anos sem voltar ao Brasil, a banda de Angus, Malcolm, Brian, Cliff e Phil voltou ao país para um espetáculo visual e auditivo, no mínimo, memorável. Quando cheguei no portão 6 da arquibancada azul do Morumbi, achei que tinha muita gente do lado de fora, mas a verdade é que só tive ideia do que estava por vir quando "Rock and Roll Train" começou a tocar, fazendo quem ainda não tinha entrado (como eu) sair correndo como se não houvesse amanhã.
"Rock And Roll Train"
Quando cheguei lá e vi a quantidade de gente e a puta estrutura do show, tive um primeiro orgasmo. Só de pensar que consegui o ingresso na tarde de sexta (Trajano saves my life) e sai de casa totalmente despreparada e sem ter a menor ideia do que ia acontecer, fiquei muito feliz por estar ali.
Para onde olhava, tudo surpreendia e o fato de não estar chovendo só deixou as imagens mais nítidas e inacreditáveis. Seja os dois bonés enormes com chifres e um A na frente sobre o palco, seja nas milhares de luzinhas vermelhas das tiaras de diabinho, até a locomotiva gigantesca encaixada no meio do palco, tudo fazia parte de uma produção megalomaníaca. E, claro, além de tudo você podia ver a poucos metros as estripulias da banda que soava assustadoramente igual aos álbuns.
Foram duas horas ininterruptas de rock and roll no seu sentido mais cru, verdadeiro e intenso. Teve "The Jack" com imagens das meninas presentes em um telão enorme com direito a Angus fazendo um strip, que foi finalizado com o guitarrista mostrando a cueca que tinha um AC/DC na bunda. Em "War Machine" rolaram umas animaçõezinhas e canto em coro, assim como "You Shook Me All Night Long" que teve até uma fã levantando a blusa, e foi uma das músicas em que eu não sabia se ria, chorava, pulava, gritava, cantava e que deu um arrepiozinho que subiu a espinha.
Quando um sino imenso desceu do palco, já dava para desconfiar de "Hell´s Bell´s" e o vocalista Brian Johnson saiu correndo do meio da passarela, pulou na corda do sino que fez ecoar a introdução da música levando a galera ao delírio. Quando Johson anunciou a próxima dizendo que “essa música fala sobre uma garota” eu já gritava enlouquecidamente por “Whole Lotta Rosie”, com a reprodução da groupie em forma de uma boneca inflável gigantesca.
"Hells Bells"
Teve ainda a clássica " Dirty Deeds Done Dirt Cheap " e "TNT" foi tocada em meio a labaredas de fogo que saiam estrategicamente no meio do refrão. Angus e Brian são as estrelas do show, mas quando Malcolm de cabelos grisalhos e Cliff Willians caminham sincronizadamente até o microfone para fazer os backing vocals, a sensação é de companheirismo e divisão de holofotes.
"Let There be rock" foi uma performance absurda de Angus que no auge de seus 54 anos corria pelo palco como um menino hiperativo, passou o corredor inteiro até chegar a um palco no meio do público onde ele subiu uma plataforma uns dois metros no ar, fez chover papel picado, voltou correndo (e tocando), tocou de joelhos, deitado, em cima da parede de amplificadores e terminou a música alternando riffs com palmas da plateia, uma disposição inacreditável que por vezes parece sobre-humana.
“For Those About to Rock” com explosões de canhão foi algo hollywoodiano, já que você fica tão entretido que não percebe de jeito nenhum os efeitos entrando e saindo do palco. No primeiro bis, “Highway to Hell”, teve Angus subindo de baixo do palco em meio a luzes vermelhas, em uma performance digna de um bom espetáculo.
O show acaba nesse clima de “cadê Jailbreak” de “volta”, “quero mais”. Enquanto uma chuva de fogos clareia o céu do Morumbi, a banda sai discretamente em uma van preta por trás do estádio. A vontade que dá é segui-los por todo o resto da turnê.
"You Shook Me All Night Long"
Sai de lá sentindo que o Angus suou todos os 180 reais do ingresso em um pós show que me fez lembrar daquela sensação deliciosa não só de ouvir música, mas sentir ela possuindo seu corpo e saindo por todos os poros. O rock ainda está longe de acabar.
"Back In Black"
Setlist
“Rock n’ Roll Train” - “Hell Ain’t a Bad Place to Be” - “Back in Black” - “The Jack” - “Dirty Deeds Done Dirt Cheap” - “Shot Down in Flames” - “Thunderstruck” - “Black Ice” - “The Jack” - “Hells Bells” - “Shoot to Thrill” - “War Machine” - “Dog Eat Dog” - “You Shook Me All Night Long” - “T.N.T.” - “Whole Lotta Rosie” “Let There Be Rock”. BIS “Highway to Hell” - “For Those About to Rock (We Salute You)”
A banda você pode não conhecer, mas a cerveja eu não tenho dúvidas. A Stella Artois fez um viralzinho super legal com direito a visual vintage com a banda Florence And The Machine. Nele, a frontgirl inglesa Florence Welch solta o vozeirão e seu super charme em um programa em preto e branco. O apresentador do "Le Recycle de Luxe Show" (nome da campanha) Alain Du Monde é de mentirinha, mas o som é de verdade e é muito bom. Veja as duas versões aí embaixo.
Você já teve o prazer de colocar o disco com uma agulha pra rodar fazendo aquele ruidinho super característico? Já precisou voltar fita com caneta Bic, fazer coletânea de CD´s com suas músicas preferidas para dar a algum amigo ou fez download de uma playlist de músicas e salvou em um pendrive/player que você não pode perder de jeito nenhum (mesmo com pasta salva no PC)? Pois é, já estávamos acostumados a dar o famoso play de várias formas, mas agora ao invés de todos esses percursos analógicos basta clicar em um botão e esperar sua música favorita tocar em qualquer rádio online ou serviço de streaming disponibilizado pelo mundo. Em uma época de troca de formatos onde até as gravadoras independentes estão questionando sua real função no mercado, a distribuição de música está passando por uma de suas maiores mudanças. E nós, seus principais experimentadores, ficamos entre o download ilegal e a iTunes Store esperando qual será o modelo do futuro.
O Grooveshark é uma dessas novas propostas, um dos seletos (e bons) serviços de streaming que ainda disponibiliza música de forma gratuita e com qualidade chegou a 1 milhão de usuários e vem crescendo cada vez mais no mercado, mesmo depois de ter gravadoras como a EMI, Capital e Virgin entrando com ações reclamando direitos autorais. Por isso, conversei com Ben, criador da plataforma e ele falou um pouco sobre o que pensa sobre pirataria e essa nova forma de distribuir música.
PERFIL
Nome: Ben Westermann-Clark Idade: 24 Música é...a razão pela qual estou aqui. Sonho: Lembrar dos meus sonhos. Liberdade é: escravidão. Último show que você viu: Há uma semana, quando Travis Whitton que trabalha aqui com a gente tocou com a sua banda Towers of Hanoi. (e sim, eles estão no Grooveshark!). O melhor da sua lista: All Smiles. O pior de sua lista: Shakira - Hips Don't Lie é definitivamente um "guilty pleasure". Última música que baixou "No Certain Night or Morning" do Home Video. Quantas pessoas atualmente trabalham com você? 30
Como surgiu o Grooveshark? Ele começou mais como um objetivo do que como um produto, queríamos fazer algo para ajudar artistas, músicos, rótulos, selos e gestores, e todos eles têm uma maneira de conseguir o que funciona fora da indústria convencional. Desde que o Napster nasceu, a pirataria tem crescido muito - e um monte de coisas que a indústria tentam fazer para combatê-la ainda não conseguiu impedir isso. Nós sentimos que a melhor maneira de competir está em um produto supostamente pirata, mas que atenda as necessidades do público com um streaming completo e mais fácil de usar do que o download ilegal.
Já que a plataforma é free, como você ganha grana com isso? Os lucros do Grooveshark vêm de lugares diferentes. Como qualquer bom arranque da web, temos alguns grandes investidores que nos ajudaram a chegar a este ponto, investindo não só capital, mas os recursos pessoais e orientação para fazer a empresa crescer. Agora, uma boa parcela de nossa receita vem de anúncios no site. E se os usuários do Grooveshark querem se livrar dos anúncios, bem como desfrutar de algumas funcionalidades extra exclusivas oferecemos uma assinatura VIP. Temos também uma ferramenta para que artistas se promovam e descubram potenciais novos fãs fora de seu país usando o Grooveshark. Além de outros dados e análises sobre como a música está repercutindo, as bandas podem conhecer potenciais ouvintes na Grooveshark Radio.
Você se considera um capitão de um navio pirata? Eu me acho mais um cozinheiro em um navio de guerra da marinha que quando as coisas ficam quentes sai da cozinha para dar um chute na bunda do Tommy Lee Jones.
O que você mudaria na indústria da música? Acho que a coisa legal é que a indústria da música está mudando sozinha. As pequenas e grandes gravadoras estão abraçando o poder de distribuição que a internet oferece, em vez de ter medo da mudança. Blogs divulgam a sua música de graça, as mídias sociais de música - tanto legais como ilegais - vão distribuir a sua música para os fãs, e obter conteúdo lá fora.
Você acha que as gravadoras vão ganhar essa corrida, ou a cultura do "free" pode ser implementada? Ouvir música na internet nunca vai deixar de ser gratuito, existem muitas maneiras de comprar CD´s para ouvir música online e elas nunca vão parar. Ao mesmo tempo, as gravadoras nunca vão deixar de existir. Pirataria por pirataria não é bom, e não é justo com o pessoal que está tentando ganhar a vida com sua música. Mas, como qualquer indústria, aquelas pessoas que são realmente capazes de viver de música serão aquelas que se adaptarem, acompanharem as tendências e investirem em novos modelos para tempos mais modernos.
Em que modelo você aposta para o futuro? Estudos após estudos mostram que os consumidores de hoje são mais dispostos a gastar dinheiro com música, ele só tem que ver um real valor no produto. Se você quer apenas ouvir uma canção, que custa uma grana só por vir em um formato específico é ineficaz. As pessoas vão comprar ingressos para shows. As pessoas vão comprar t-shirts de bandas que gostam. As pessoas vão gastar dinheiro com a música em si, se é em um formato que é conveniente e razoável. Enquanto a indústria não virar as costas para tentar novos fluxos de receita e trabalhar maneiras muito criativas de aproveitar essa nova paisagem digital, ainda teremos pobres artistas esfomeados por aí.
Agora que chegaram a 1 milhão de usuários, o que você acha que ainda precisa ser feito? Há sempre mais a ser feito! Agora nós estamos trabalhando em obter aplicações para mobile, adicionar funcionalidades a página principal, e ampliar os esforços para ajudar os artistas a navegar no mar que é encontrar fans online. A web nunca dorme, e os consumidores em toda a indústria sempre migram para sites e serviços que fornecem realmente o que elas procuram, quando e onde elas querem - por isso estamos constantemente a aprender e a adaptar para permanecer à frente da curva.
O que você acha das leis que censuram o conteúdo em algumas áreas da internet? É complicado e depende totalmente da situação. Situações como a polícia chinesa impedindo que a informação se propague, ou leis que pressionam aceleração de banda larga (como aqui nos Estados Unidos) são horríveis. Há situações, porém, quando eu sinto que é mais uma área cinzenta - como quando se trata de artistas querendo apenas limitar o seu catálogo de uma certa maneira.
Você considera a distribuição gratuita de música um tipo de militância digital, como uma tentativa de substituir um antigo modelo? Eu não acredito que ele é exclusivamente relacionado a liberdade de consumo, mas há uma revolução cultural em curso, a televisão já tinha mudado isso e agora a internet também está mudando. Com mais gente usufruindo de alta velocidade isso torna-se cada vez mais comum, a nossa forma de consumir mídia está mudando. Eu não vejo isso como uma revolução bolchevique, derrubando antigas potências e autocracia, é mais semelhante a um movimento de direitos civis, um movimento anti-guerra, um grupo grande de pessoas pedindo para serem ouvidas e terem seus interesses respeitados por grandes jogadores, ao invés de substituí-los.
A verdade verdadeira é que a banda deve ter passado bem longe da lama, mas a chuva que durou a noite inteira na Chácara do Jockey fez as 12 mil pessoas que passaram pelo show sentir os dois pés (literalmente) em Glastonbury. E como já diz o ditado "saiu na chuva é pra se molhar", por isso desencanei de me preocupar com o aguaceiro e achei o show muito bom mesmo com os 5kgs de barro que trouxe de brinde para casa. Quem não queria enfrentar o temporal que não arriscasse passar por lá.
Como qualquer garoinha em São Paulo para o trânsito, chegar até a Chácara do Jockey se tornou uma tarefa inquietante e ainda na dúvida se alguma banda ia abrir o show, ou se ia começar as 20hs mesmo, desci um pouco antes do ponto e sai correndo na chuva. Foi o tempo de chegar e ouvir a gritaria da galera recebendo a banda que tocava os primeiros acordes de "Human" single do último álbum Day and Age. Decorado com várias palmeiras, plantas e flores que davam ares tropicais, o palco tinha um K torto e iluminado e luzes ora roxas, ora laranjas que junto com os amplificadores também cheios de luzes e um telão bem planejado finalizavam a aparência de um cassino/disco para o palco. Nada mais apropriado para uma banda de Las Vegas.
O vocalista Brandon Flowers arriscou várias frases em português e apresentou a banda dizendo que nessa noite, eles seriam do público. O hit "Somebody Told Me" acabou de receber o pessoal que ainda estava no trânsito e a pista premium fervia. Ainda veio "Bones" com clipe animado por Tim Burton ao fundo e a cover de Joy Division "Shadowplay" que fez com que o baixo de Mark Stoermer ecoasse forte e com muita pegada, ACHO que as imagens do fundo eram do filme-biografia do Ian Curtis "Control".
Brandon é um Don Juan no palco, charmoso, seguro e conquistador arrancou gritos histéricos da mulherada como um bom frontman, mas a interação com a banda praticamente não rola. Então veio "Smile Like You Meaning It" que parecia que não ia engatar, mesmo com o violinista no palco quando o vocalista entrou com o órgão que acabou virando o ponto alto da música. Depois de "Bling (Confession of a King)" Brandon senta ao piano e toca um trecho de "Human" (sim, de novo) que termina com duas notinhas erradas.
Brandon anuncia "Are You Prepare?" e "Spaceman" é tocada com coro da galera. E uma palhinha de "Can´t help falling in love with you" do Elvis misturada com a garoa fina deu um clima romântico para os casais em meio as poças de lama. "These Things That I've Done" entra em seu ponto máximo com uma explosão de papéis picados no público e o show é "finalizado". Já tinha gente indo embora quando a banda voltou para o bis de "Jenny Was A Friend Of Mine" e o show acaba em alta com "When You Were Young".
Pedacinho de "Read my mind"
Todo mundo voltou molhado, com lama até nas canelas, mas o show no geral foi muito bom e o som estava perfeito. Se alguém quiser um tênis pra lavar, tô doando.
Como o show só teve fotógrafo oficial (as imagens aí em cima são de divulgação da banda), essa imagem da lama é do Gustavo Jreige.
Nesse mês de tantas experiências musicais ao vivo, uma das poucas que não conseguirei ir é o Goiânia Noise. Em sua 15º merecida edição, o festival reunirá na próxima semana as melhores bandas do underground brasileiro. Vi no Popup! esse vídeo que é um documentário fotográfico muito bem feito por Gustavo Pellizzon e dá para ter uma boa ideia do que geralmente rola lá. Para ver a programação e conhecer a história deste que já é um marco na cena independente, clique aqui.
Depois de mais de duas décadas de espera, os fãs de glam tiveram suas preces ouvidas. O Twisted Sister estava pela primeira vez em São Paulo, em última apresentação maquiada antes do lançamento do novo álbum e o Via Funchal estava lotado. Enquanto o pessoal comprava suas brejas e ia aquecendo para o show, no som iam rolando clássicos do metal. Por volta das 22hs15, começou a tocar "It´s a long way to the top (If you wanna rock and roll)" que soou assustadoramente 1/18 do que vai rolar no show do AC/DC e foi essa mesma música que cada vez mais alta anunciou a entrada da banda. O vocalista Dee Snider entrou com toda a energia abraçando seu pedestal pink e era o único da banda maquiado naquele clássico estilo Christina Aguilera em Lady Marmalade.
O público estava tão extasiado que gritava, pulava e cantava junto aproveitando os refrões de fácil impacto da banda. E os guitarristas Jay Jay French, Eddie Ojeda e o baixista Mark Mendoza faziam a coreografia mais clichê do rock fazendo movimentos juntos para frente e para trás. Emocionado, Eddie ainda pede para que o público cante parabéns para sua filha, faz um vídeo que promete dar para ela de presente e logo engata "The Fire Still Burn". Em seguida vem "You Can´t stop Rock and Roll" que tem a fórmula mais chiclete dos sons glams: refrões fortes e fáceis de cantar + guitarras estridentes e poses, caras e bicos para o público.
No meio do show, a peruca caiu, Dee fez piada dizendo que seu cabelo era melhor e jogou os longos cabelos loiros para o público. Eddie pediu desculpa por ter demorado tanto tempo para vir ao Brasil enquanto Dee bebia água e arrumava as madeixas atrás dos amplificadores. No melhor espírito poser, ficou próximo a luz vermelha e cantou "Burn in Hell" que foi finalizada com um solo generoso do baterista A.J. Pero que vestia uma camiseta do Manifesto Bar, casa de shows paulistana.
Outro grande momento da noite foi o hit "I Wanna Rock" em que o baixista dava vários socos no baixo e todos cantavam em um coro que a banda até pediu para apagar as luzes do palco para ver o pessoal pulando junto. E “We’re Not Gonna Take It” enlouqueceu a galera que cantou o refrão inúmeras (e cansativas) vezes. Dee pediu peitinhos para as meninas que nem deram atenção e o show foi "finalizado" com uma longa despedida e agradecimentos. O bis ficou com "Come Out And Play" e a galera foi embora satisfeita e com a promessa de novos shows por aqui.
Mesmo torcendo o nariz por ter que ver Evanescence e não Deftones ou as bandas do primeiro dia, fui ao Maquinária para dar uma olhada na estrutura e ver como tudo estava rolando e tals. Primeiro que ainda estava me recuperando do Planeta Terra quando desci do carro naquela puta chuva de domingo com o pé esfolado e um mau humor já meio intratável. Segundo que subi e desci a portaria duas vezes na chuva porque ninguém me explicava a entrada certa. Na sala de imprensa me deram um convite que me fez dar mais uma puta volta desnecessária sendo que precisava dar umas twittadas, ver links para fotos, set lists, horários e tudo que você só consegue ver na sala de imprensa, aliás, para isso que ela é feita, convite estava sendo vendido na porta por 15 reais pista premium. Mas, ENFIM, depois de uma meia hora perdida achei o Peu e fui dar umas voltas para ver o que estava rolando.
Acho que nunca vi a Chacará do Jockey tão maltratada, os dois últimos eventos que fui lá (GAS e Just a Fest) foram muito caprichados, por isso acabei estranhando algumas coisas. Os dois palcos estavam próximos e o main era um sonho de tão grande. Deve ter sido o paraíso musical ver Faith No More e Jane´s ali. Mas, como já era esperado, o público era bem mais novo e o espaço estava vazio em relação ao primeiro dia, mas nem dá para comparar.
Do lado dos dois palcos tinha um centro de exposições onde marcas street e de surf dividiam espaço com revistas como Rolling Stone (que tinha Rock Band para o pessoal jogar e eu joguei About a Girl do Nirvana porque não conseguia ajustar a guitarrinha) e Trip. Um pessoal disse que tinha telas de grafite, mas não consegui achar. Os preços não estavam muito diferentes do Planeta Terra, a cerveja e refrigerante custavam em média 5 reais e tinha um crepe de queijo muito delícia. Cheguei tarde até para o Panic! at te Disco, mas deu tempo de ver Evanescence, que foi pontual e entrou no palco com toda sua potência nu metal com Amy Lee tocando "Going Under" às 21hs.
Ela estava com os cabelos mais curtos e enrolados e um vestido de retalhos coloridos sem a expressão gótica do início de carreira e parecia estar muito bem com isso, se revezou entre piano, teclado e voz que soa exatamente como nas gravações. Na platéia muita histeria e emoção dos fãs que incluiam pais, mães, crianças e a presença do ex-BBB Max que cantava as músicas como se fosse sua banda favorita. Foi um show de hits de rádio e clipes da MTV, mas bem feito. Acabou de baixo de uma puta chuva onde eu cheguei à conclusão de que queria ter visto mais coisas, mas no fim deu tudo certo, missão cumprida.
Estava com tanta saudade desse meu cantinho, essas últimas semanas foram caóticas a ponto de eu não conseguir fazer nada. Mas, enfim, estou de volta (meio atrasada) com a resenha do Planeta Terra e Maquinária no fim de semana que reuniu dois dos maiores festivais do ano. Tirando o blá blá blá, resenhas técnicas, análises de set list e tudo mais que vocês já viram por aí, essas foram as minhas impressões.
Quem não pode ir ao Planeta Terra no Playcenter com certeza perdeu uma das grandes experiências musicais do ano. Mesmo disputando público com o show do Faith no More e Jane´s Addiction no Maquinária [que me deu dores no coração por não poder dar pausa no tempo para ver todos] estava cheio a ponto de ser bem sucedido, mas vazio quando se tratava de espaço e comodidade, chegar na frente do palco só exigia alguns passos onde você podia encontrar um lugar razoável e não muito apertado. Os brinquedos ficaram abertos e as filas que geralmente levam horas, não duravam mais que minutos. Eu fui em uns três até que cheguei no Cataclisma e a vontade de vomitar misturada com a breja que tinha bebido me impediram de continuar.
Os palcos estavam próximos, a ponto de não rolar uma poluição sonora, e era difícil fazer um roteiro que desce para ver tudo. O dia começou super bonito e ensolarado e o Móveis Coloniais de Acaju começou a tocar um pouco antes do horário marcado, o que deu tempo suficiente para emplacar todos os hits do novo álbum C_MPL_TE e alguns sucessos do primeiro CD nos shows super animados que eles fazem, quem já foi em algum, sabe do que estou falando. Eles são daqueles que tocam com 30 e para 30 mil pessoas com a mesma energia, exemplo disso foi a "Copacabana" ser tocada do meio do público.
Enquanto isso, no palco indie, a banda EX! liderada por Monique Maion tinha um público tímido para conquistar. Eles têm umas influências de electro pop e contam com as referências jazzísticas de Monique que super animada corria de um lado ao outro do palco fazendo estripulias. Para quem quiser conhecer, o site oficial é [www.ex.art.br] o som é bem legal até. Depois deles, o feature alternativo foi o pessoal do Copacabana Club com a vocalista Cacá que desceu do palco para ficar mais perto dos fãs no fechamento do show com "Just do it".
O Sonic Youth de longe era a banda mais esperada da noite [inclusive por mim, a Kim Gordon é meu sonho de futuro]. Depois de uma apresentação mediana no Claro que é Rock em 2005, onde também compartilhou palco com Iggy, mostrou porque continua sendo a banda mais representativa do cenário alternativo depois de 29 anos. Mesmo sem a presença do guitarrista Lee Ranaldo que sofreu uma lesão no braço e como muitos já falaram, sem se apegar a grandes hits, das 15 músicas tocadas do set list foram 8 sons do novo álbum The Eternal como "No Way", "Calming, the Snak" e “The sprawl”. Kim Gordon foi um espetáculo à parte, charmosa e espontânea fez de “Jams Run Free” uma brisa pessoal onde rodou em torno de si mesma até cair no chão de tontura. E Thurston Moore é uma lenda viva, com praticamente a mesma roupa e o mesmo cabelo do início de carreira, dava a composição da banda no palco um aspecto de conjunto, de divisão de brilho. Sem disputas, só pelo rock and roll. A chuva deu o toque final, nas horas certas, parecia quase que premeditada.
O Ting Tings não me convenceu. O som é chicletinho, funciona na balada, mas no palco é um fiasco. Não dava para saber o que Katie estava tocando, o que estava gravado e o que era eletrônico. Uma mistura confusa onde ela se revezava entre instrumentos que não tinham sincronia nenhuma. Não tinha nem como disputar o horário com IggyPop que valeu bem mais a pena.
O vovô totalmente na contramão do Sonic Youth que era uma BANDA, mostrou porque seu nome foi separado dos Stooges. A banda praticamente servia as loucuras dele do palco que dançava e cantava com a mesma voracidade de sua juventude. De vez em outra abaixava um pouco a calça até que sua bunda estivesse totalmente a mostra, sua voz oscilava entre o sofisticado grave do novo álbum de jazz e os gritos histéricos que lhe deram a fama. Mesmo meio torto e uns kilos mais gordo chamou o pessoal para subir ao palco, deu uma polemizada e arrumou encrenca com os seguranças e fotógrafos. O repértório da banda foi bem escolhido e clássicos como "Raw Power", "Search & Destroy" e "I Wanna be your dog" fizeram a noite.
A noite foi fechada com os eletrônicos Etienne de Crécy e Anthony Rother que deram o clima de balada para quem conseguiu sobreviver ao festival [eu já estava morta, com os pés machucados]. Etienne com um palco cheio de efeitos de luzes, como se estivesse no centro de um cubo mágico tocou um som bem cheio e sincronizado. Eu sou suspeita para falar [ sou muito cachorro perto de árvore de Natal, qualquer luz me atrai] mas achei a apresentação bem legal, como não tinha NENHUMA foto boa e poucos vídeos, vai esse de exemplo. Já o Rother vi bem pouco, apesar dele parecer um Danny de Vito latino e ouvir o Peu falar dez vezes que ele era o poeta da música eletrônica, achei o set bem legal. O mais interessante é que essas apresentações são muito diferentes do que se está acostumado a ouvir em pistas em que o DJ é um mero coadjuvante.
Sai de lá ainda meio bêbada, com os pés acabados e uma puta dor de estômago, mas sobrevivi feliz porque não passei stress com a organização que mandou muito bem tanto na comunicação visual quanto na prática lá na hora, na facilidade e diversas opções sensoriais para se divertir e a divulgação do festival que foi master bem falada. Tanto que me fez manter esse post mesmo uma semana depois. ;)
Para ver vídeos, clique aqui, o Terra TV fez toda a cobertura.
Quando estou sem pauta e não tenho paciência para replicar informação que já está na home de qualquer portal de notícias, fico dando voltas nos sites de bandas que ou ando ouvindo muito ou sentindo falta. E foi assim que fui parar na página do Black Crowes. Os caras lançaram um álbum faz pouco tempo ["Warpaint"] em 2008 e no mês que vem vão lançar um DVD com uma apresentação da banda e eu não tinha visto essa notícia em nenhum lugar. Se você viu, por favor, me diga. Mas não vai ser nada suficiente para estragar minha surpresa [de gente perdida] de ouvir como as músicas continuam a mesma mistura de blues, rock e boas doses de embriaguez de sempre, talvez um pouco mais hippie.
Na verdade verdadeeeira, eles nunca pararam de tocar, né?! Sempre faziam um trabalhinho aqui ou ali e umas sessions entre si. E em 2005, o Chris Robinson chegou no pico do seu intimismo e mesmo sendo uma banda que já vendeu 15 milhões de álbuns começou a fazer shows sob o codinome de Mr. Crowe’s Garden, nome inicial deles. Com pouca divulgação em um bar chamado Staircase na Pensilvânia fizeram a alegria de fãs que esgotaram os ingressos. Sem holofotes, sem glamour, sem atualização no Twitter.
Fiquei empolgada com a ideia de como essas bandas mais antigas estão entrando (ou não) no mundo digital. Levando em consideração que o AC/DC só começou a mexer no seu material online há dois anos depois de descobrir que o domínio estava com um site pornô, fui caçar algumas raridades descobrindo como andam suas páginas na web.
Gente, o sobrinho nerd dos caras deve ter feito por livre e espontânea pressão, a maioria das áreas não são clicáveis e ele é feito em um HMTLzinho bem sem vergonha. Ainda bem que a banda compensa.
É claro que os caras pagaram uma agência para fazer. E devem ter passado o briefing: pensa num visual meio cowboy e dá um jeito de colocar nosso maior sucesso sempre como notícia principal.
Alguém ensina pro Neil o que é uma foto em alta? E tem coisa pior, essa imagem é um gifzinho que fica indo pra frente e pra trás com ele segurando uma bolinha vermelha. Tá duvidando? Clique com seu próprio mouse.
E o do Doors? Que além de só abrir em uma página /mobile é tipo um banco de dados com notícias e um fórum que não dá para entender muito bem. E nem vem dizer que não é deles porque tem notícia atualizada de agosto desse ano.
Além de ser um caos visual de informação, dá bem uma olhada na área vermelha que tem um texto atropelando outra categoria do site, capricho zero.
É claro que nem toda banda é obrigada a ser uma mídia social igual a Fresno, mas a comunicação visual do site desses caras com certeza diz muita coisa. O site do Poison vendendo esmaltes personalizados verdes com uma imagem do Bret Michaels cheio de botox mais ainda, haha. Mas as opções também não são muitas, ou eles ficam no seu cantinho, esperando o boca-a-boca render alguma exclusividade ou colocam o pé nessa água fria que nem sempre é fácil de administrar.
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