sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Como nossos pais...

Parece que foi ontem. Meus pais jovens, as brigas e o radinho da minha mãe. Eu era muito pequena, mas lembro que depois das discussões mais fortes, quando ele ia embora de casa, minha mãe ligava o radinho antigo, de pilha, para que eu e meu irmão não ouvíssimos ela chorando antes de dormir...E desse radinho surgiu meu primeiro contato com o rock nacional: Legião Urbana, Capital Inicial, Kid Abelha, Barão Vermelho e Titãs.

Na quarta-feira, fui com dois amigos assistir ao documentário "A vida até parece uma festa" digirido por Branco Mello e Oscar Rodrigues, no HSBC Belas Artes. O filme é uma seleção de fatos, fotos e trechos de filmes caseiros e programas de auditório feitos pela banda no decorrer dos 26 anos de carreira.

Os diretores cuidaram para que todos os vídeos tivessem uma sequência, não cronológica, mas lógica. Colocaram pedacinhos dos maiores sucessos tocados em momentos importantes para a banda, o que cria um contraste audio-visual muito interessante.

Mas, o mais legal é que a cada troca de cena dos caras fazendo brincadeiras, você se sente mais próximo da história. Parece que vivemos os momentos nas dunas, na cachoeira, nos shows. Assisti com um sorriso nostálgico do começo ao fim e olha que presenciei só 14 anos da carreira deles. Quero dizer, desde o primeiro contato com o radinho.

Depois da sessão, rolou um debate com os diretores. E todo mundo comentou a mesma sensação que tive e também de como o documentário é um reflexo delicioso disso. A platéia era um espelho das gerações que a banda conquistou, tanto que assisti com duas senhoras divertidíssimas do meu lado.

Fiz duas perguntas para o Branco =) Se a banda assistiu ao filme junta e se tinha rolado uns revivals, saudade e tudo mais. E a segunda foi se depois de 26 anos de carreira a vida ainda parecia uma festa para eles. Gravei um vídeozinho super legal das respostas e assim que conseguir tirar da máquina posto aqui ;)

Se tiverem a chance de assistir, não vão se arrepender.

Como eu cresci e não vivi a época do Titãs e o Malaguetas é um blog democrático, vai uma boa dica do leitor Marcelo. Teria Silvio Santos domesticado os bichos escrotos?

http://congressoemfoco.ig.com.br/DetArticulistas.aspx?articulista=561&colunista=22


A VIDA ATÉ PARECE UMA FESTA

Direção, roteiro e montagem:
Branco Mello, Oscar Rodrigues Alves

Música:
Titãs

Produtores:
Angela Figueiredo e Paulo Roberto Schmidt

Produtora
Academia de Filmes

100 minutos
color, P&B, digital

Post ao som de:
Trilha sonora do radinho de mamis

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Radiohead, Iron Maiden, Motörhead, The Doors e KISS no Brasil!

Aêêêêê, galera! 2009 não só promete, como já está cumprindo. Só nesse semestre teremos uma enxurrada de shows no mainstream: Radiohead, Iron Maiden, Motörhead, The Doors (Riders on the Storm) e...e...KISS comemorando 35 anos de banda!!Yeeeeeeeeeeeah! O bom Deus do rock and roll está ouvindo as minhas preces. Achei que nunca ia poder dar risada das maquiagens do Gene Simmons e cantar Firehouse ao vivo, que não ia poder contar para os meus filhos que ouvi o teclado de Light My Fire olhando para as mãos do Ray Manzarek, me dar ao luxo de ficar na fossa com Radiohead ao fundo (ou a frente) e descobrir o que a verruga do Lemmy tem de tão especial. Só coloquei o Iron na lista por que eles fazem parte desse circuito, mas todos conhecem o pacto do Edge com o tio Lú, portanto vão viver suficiente para tocar para os meus bisnetos.

Todas as bandas já visitaram o Brasil, mas com certeza vale a pena vê-las de novo. Por isso, organizei esse post super informativo com todas a datas, preços e horários para você ;)

IRON MAIDEN - Turnê Somewhere Back in Time
Quando: 15/03
Onde: Autódromo de interlagos, abertura dos portões: 16hs
Ingressos: Pista premium: R$ 550,00 Inteira/Pista normal - R$ 240,00 Inteira (sim, as meias acabaram)
Por tel: (11) 2087-2608 (11) 3435-2005

RADIOHEAD - Festival Just a Fest
Bandas de abertura: Vanguart, Kraftwerk
Quando: 22/03/2009 (domingo), abertura dos portões: 16hs
Onde: Chácara do Jockey, São Paulo
Ingressos: RS200 (inteira), R$100 (meia) - Pista
Vendas: Ingresso.com

KISS - Alive/35
Vendas a partir do dia 5/fev
Quando: 7 de abril
Onde: Arena Anhembi, horário: 21h30
Ingressos: R$ 170 (pista inteira) e R$ 350 (pista vip).
Vendas por tel: (11) 2846-6000 ou 0300 789 6846, das 9h às 21h - segunda a sábado
Pela web: Ticketmaster

MOTÖRHEAD -Divulgação do álbum Motörizer
As apresentações serão em abril, mas ainda não tem data e hora confirmada.

THE DOORS - Riders on the Storm
Quando: 18 de abril
Onde: Espaço Anchieta, horário: 23:00hs
Ingressos: VIP: R$500,00/ Pista: R$200,00
Vendas: No Citibank Hall/SP

Ps.: Estava dando uma olhada no underground e também vai rolar muita coisa boa, vai ficar pra um próximo post.

Postado ao som de:
Nine Inch Nails (NIN) - Fuck you like an animal

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Você já ouviu Assinado Maria?

Certamente você ainda não os conheça. Nas minhas garimpagens por aí e com uma boa indicação do Daniel Go, fui até o Tapas Club para assistir um show da banda. Sinceramente não me surpreendi com o som, mas fiquei feliz por isso.

Ás vezes procuramos algo tão absurdamente inovador e diferente que nos esquecemos de como algumas coisas orgânicas fazem falta. E fazia tempo que não ouvia algo tão real. Hoje em dia tem tanta gente fazendo música no vazio que a gente acaba perdendo a identificação deliciosa de falar é "isso o que estou sentindo agora". Geralmente ou as bandas são tão subjetivas nas suas vibes artísticas malucas (fume um se quiser entedê-la) ou tão presas no seu mundo mainstream que perdem toda a essência do processo criativo, do tentar, do errar, do aprender.

Acho que a presença de palco deles ainda deixa a desejar e a introspecção ás vezes atrapalha, principalmente quando existe um potencial a ser explorado. Todo mundo quer a catarse, o apoteótico.

No geral, as músicas têm uma pegada leve e que se arrisca em uns acordes sujos aqui ou ali, mas a estrutura de criação é boa. O guitarrista Lucas Rötgering explora uns efeitos legais na guitarra e a baixista Carolina Loge também constrói umas escalinhas no baixo que fazem diferença na cozinha com o baterista Márcio Lázaro. O vocalista Bruno Dumont fecha a formação com letras cotidianas e uma voz tranquila. Senti falta de mais backing vocals, acho que eles dariam uma variada interessante nas músicas que acabam ficando um pouco repetitivas quando os acordes são muito parecidos.

Ressalvas a parte para a música Tão Normal que eu simplesmente adorei e para a cover da Adriana Calcanhoto que apesar de não curtir, foi muito bem feita no show. É uma banda legal para investir, o CBGB deve ter recebido várias como essa e que hoje fazem sucesso, acho que o que falta para eles agora é serem descobertos e bem produzidos.

Vai a dica! (Saca só, eu brincando de Bonadio...haha) Acredito que o maior prazer de um músico não é só o show para 200 mil pessoas, ou o comercial para a Vivo (também, óbvio), mas o tesão orgástico quando um acorde encaixa certo, a letra faz sentido (em português) e você sente que entregou um pouco da sua alma naquela cifra rascunhada na folha. Isso o Assinado tem de sobra, só não pode perder, por que assim perde a essência da banda.

Ouçam e me digam se concordam (ou não) ;)


Listeninnnng:
The Hellacopters - I´m in the band

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Cachorro Grande e Autoramas no Sesc Pompéia

Na última sexta-feira (23), como boa brasileira meu happy hour foi na Chopperia do SESC Pompéia. Fazia muito tempo que queria ver Cachorro Grande e entre uma breja e outra estava me preparando para conhecer "os Stones brasileiros". Depois de um tempinho procurando ingressos perdidos com um cambista (sim, cambista no SESC!) sem sucesso para o namorado da fotógrafa, resolvemos entrar para assistir a primeira banda.

Os Autoramas chegaram pontualmente e esquentaram o público com seus maiores sucessos, “Mundo Moderno”, “Carinha Triste”, “300 km/h” e “Fale mal de mim”. O suficiente para segurar a ansiedade da galera, que esperava pelo primeiro show da Cachorro em 2009 na terra da garoa. A equipe de produção cuidou para que a espera não se prolongasse e a troca de palco foi rápida. Os primeiros acordes foram de Roda Gigante e eu já comecei a pirar junto no "Com você eu consigo enxergar muito mais longeeeee".

Já fui com meu setlist favorito pronto, mas como o show aconteceu em dois dias já imaginava que o melhor provavelmente ficaria para o sábado. A apresentação reviveu sons dos primeiros álbuns e músicas que não são tocadas frequentemente, também rolaram hits como Lunático e Bom Brasileiro. O baixista Rodolfo Krieger tomou conta do microfone em Deixa Fudê e enquanto isso eu gritava com um maluco solidário para eles tocarem Sexperienced, que também não rolou. Além de Conflitos Existenciais, vieram Agora Eu Tô Bem Louco, Debaixo Do Meu Chapéu e Cleptomaníaca de Corações. A galera gritou Sinceramente, Dia Perfeito, mas nada...O show de uma hora acabou não dando conta do público faminto e me deixou com uma sensação enorme de assunto inacabado.

Como tive que cobrir alguns eventos na Campus Party no sábado, acabei perdendo os momentos únicos vividos por alguns amigos, que me fizeram inveja dizendo que além das minhas músicas favoritas o show ainda deu direito a uma participação dos Autoramas.

Mas, enfim. Agora fico eu esperando a volta dos gaúchos para São Paulo, para ver um show completo e fazer a entrevista que também ficou faltando.

Post ao som de:
Tentando me consolar ouvindo Sinceramente.

Fotos by:
Tariana Mara

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Divã da Eva

"Sente-se no Divã, relaxe. A nova coluna do MRC é igual um desabafo divertido sobre as atitudes da mulherada no mundo da música. Talvez você se identifique com muitas histórias e o melhor de tudo é que não vai pagar por terapia, pois aqui é o local certo para você se tratar..."

Meeeu, minha primeira coluna!! Estou tão orgulhosa =) O primeiro post ainda está meio rascunhado, mas foi extremamente divertido escrever...Acho que no fim isso é o que importa.

Dá uma passada lá no Mundo Rock de Calcinha pra ler, já aproveita para dar uma boa vasculhada no site e ouvir um dos melhores podcasts da webesfera.

Arte: Thiago Mello


terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Morre Ron Asheton, guitarrista do The Stooges

Infelizmente meu post de estréia já é uma má notícia. Para quem acha que alguns dinossauros do rock são eternos, eis uma prova de que já estão entrando em extinção. Na última terça-feira (6), o guitarrista Ron Asheton foi encontrado morto no sofá de sua casa em Michigan. A polícia foi chamada pelo o assistente que não conseguia encontrá-lo. As suspeitas são de que a causa da morte tenha sido um ataque cardíaco e de que o corpo já estava há dias no local. Por ser um rockstar achei até estranho não suspeitarem na primeira de uma overdose, ou do tradicional “sufocado no vômito”.

Ron morreu aos 60 anos depois de uma carreira de altos e baixos na lendária banda The Stooges, fundada por ele e o irmão Scott Asheton (baterista) junto com Dave Alexander (baixo) e o vocalista ícone Iggy Pop na primeira formação. Percussores do punk da década de 70, assim como os Ramones e Velvet Underground, sua história se mistura a cena de Detroit. Para conhecer um pouco mais sobre essa época e até mesmo saber como era o relacionamento entre as bandas, uma boa sugestão é o livro Please Kill Me (Mate-me, por favor) escrito por Larry “Legs” McNeil e Giliam McCain que narra as desventuras das bandas da época e o fatídico episódio de Iggy cantando sobre cacos de vidro nos subúrbios de Detroit.

Em 2003, Ron foi considerado pela Rolling Stone um dos melhores guitarristas do mundo, considerando ainda seu desempenho em outros projetos musicais como New Race, Destroy All Monsters e The New Order (que não tem nada a ver com os ingleses ex-Joy Division). Os Stooges voltaram a fazer shows juntos em 2005 depois de um longo recesso, ainda visitaram o Brasil quando voltaram a tocar juntos durante a turnê mundial e lançaram o álbum “The Weiderness” em 2007, que tem alguns sons no myspace oficial.

Enquanto esperamos o vovô Iggy se pronunciar sobre o assunto, compensa fazer uma breve tour na discografia da banda que inclui “The Stooges”, estréia da banda com a classissíma “I wanna be your dog”. O segundo gravado pela Elektra, “Fun House” que possui músicas muito boas como “No Fun”, “Dirt” (que eu adoro) e “Down On Street”, de longe um dos seus melhores álbuns. E o “Raw Power” que mesmo sendo lançado com a vantagem de ter sido mixado por David Bowie, foi um fracasso nas vendas, além de coincidir com o momento que os irmãos Asheton deixaram a banda. Mas, ainda assim compensa ouvir por “Raw Power” e “Search and Destroy”.

Apesar da longa carreira com uma discografia tão curta, Ron foi um dos pioneiros a misturar acordes sujos com blues e só por ter que agüentar os “xiliques” do mestre Iggy merece nosso “Rest in peace”.

Minha primeira matéria pro Under. Se tiver um tempo passa para dar uma olhada ;)

Fonte: www.myspace.com/iggyandthestooges

Photo tributo: http://www.nme.com/


Postado ao som de:
Centipede do álbum IV do Veruca Salt

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Enfim 2009!

Depois de umas fériazinhas, venho desenferrujar os dedos e despreguiçar para um 2009 que só está começando. Já andei dando uma fuçada por aí e descobri que se depender dos shows que estão por vir o ano vai ser bem agitado. Não deu tempo para me despedir de 2008 online e sinceramente ainda acho que ele acabou bem tarde. Por isso e para compensar, o primeiro post do ano já vai entrar com boas notícias.

Agora no fim de janeiro entra no ar o site UnderBrasil (do qual faço parte) que entre notícias, resenhas, releases e matérias contará com uma equipe que não se contenta apenas em informar superficialmente, mas dará um verdadeiro mergulho no passado, presente e futuro do underground brasileiro. A idéia é mostrar o outro lado da história, sem medo e sem rabo preso. O conteúdo é patrocinado pela Oba Shop e super apoiado pelo Nick (baixista e vocalista da banda Fistt). O blog já está no ar com uma ótima entrevista do Gustavo Pelogia com o Koala, que fala um pouco sobre o atual relacionamento do Hateen com a gravadora, com os fãs e alguns de seus planos para um álbum novo no próximo semestre. Compensa ouvir.


Nos adicione também:


Aprofundando meu interesse no jornalismo cultural, iniciei uma pesquisa que falará sobre a imprensa alternativa brasileira, desde a década de 60 até os dias de hoje. Falarei um pouco sobre o começo, a influência da contracultura, a censura, os meios que os jovens da época usavam para expressar suas posições políticas e as várias transições até chegar aos dias de hoje. Como os zines viraram blogs, como a internet popularizou e ao mesmo tempo vulgarizou o conteúdo e como ela é vista atualmente nesse meio. É importante lembrar que tenho bastante caminho pra percorrer e esse é só o início, algumas coisas ainda podem mudar. Mas, qualquer sugestão ou crítica é bem vinda e assim que tiver algo concreto, vou postar essas informações em um outro blog, também vou dando notícia pelo twitter.


E vamos finalmente ao que o blog se propõe!
Com quase nove anos de banda, o Otep visita o Brasil durante a "South American Tour" que inclue shows em Santiago (Chile), Rio de Janeiro e São Paulo. Liderada pela vocalista Otep Shamaya, eles vêm para divulgar os sons dos 2 EP's e 3 álbuns lançados. Estou bem curiosa para ver o show ao vivo. Já tinha dado uma olhada em uns vídeos no you tube e a Shamaya parece realmente ter o gogó todo que se ouve nos álbuns. O som tem umas misturebas típicas e pesadas de nü metal, com uns efeitos bem legais nos backing vocals que ela mesma faz.

Para quem curte ou quer descobrir...


Infos do show de Sampa:

Data: 01/02/2009 - 19hs30
Local: Santana Hall (Avenida Cruzeiro do Sul, 2737 - Ao lado da estação de metrô Santana)

Ingressos:
Pista
Lote 1: R$50.00 (meia entrada e promocionais)
Lote 2: R$60.00 (meia entrada e promocionais)
Na porta: R$80.00 (se não esgotar)

Camarote:
Lote 1: R$65.00 (meia entrada e promocionais)
Lote 2: R$75.00 (meia entrada e promocionais)
Na porta: R$ 100.00 (se não esgotar)

Locais de venda:
Galeria do Rock
Loja 255 Records (11) 3361-6951
Loja Zeitgeist (11) 3222-8173

Internet:

Mais infos:

Foto:
Myspace oficial

Post concebido ao som de:
Little Wing, da coletânea Experience Hendrix: The best of Jimi Hendrix.
Ghostflowers do Otep (Que tem um baixo super rápido e muiiiito style).
Experimentando um momento bonitinho com Northern Downpour do Fall out boy (brincando de Weezer no álbum Pretty Odd).
Young Folks do Peter Bjorn and Jhon, o primeiro som que ouvi e esse ano.