segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Resenha GAS - Guaraná Antarctica Street Festival

Cheguei na Chácara do Jockey por volta das 18hs30 [atrasada, pra variar] e já tinha rolado o show do Vivendo do Ócio, Marauê e Voltz. Mas, ao subir a ruazinha que levava a pista principal já dava pra sentir uma prévia das experiências que estavam disponíveis. A entrada começava com um espaço onde rolavam disputas de vários bboys, um pouco mais acima tinha uma pista de skate/BMX com alguns caras andando e grafiteiros trabalhando em telas em branco.

Foi escurecendo e a ruazinha iluminada com luzes verdes deu uma ressaltada na decoração do lugar. A primeira coisa que vi foi o stand da Microsoft/XBox bombando de gente jogando basquete [sorry, não sei o nome do jogo], Rock Band e Tony Hawk. O espaço era compartilhado com a exposição do documentário "Vida Sobre Rodas" dirigido por Daniel Baccaro com fotos de consagrados skatistas brasileiros em manobras e imagens de infância, dentre eles Sandro Dias, Bob Burnquist, Lincoln Ueda, Cristiano Matheus, Fabiola da Silva [representando as meninas] Otávio Neto e Edgar Vovô. O documentário tem previsão de estreia para o primeiro semestre de 2010.

Um pouco mais para frente tinha uma espécie de feirinha, onde marcas de skate vendiam shapes, camisetas e diversos produtos. Do outro lado estava a Super Bowl, uma rampa em forma de piscina de 27 metros vinda direto de Califórnia lands. Lá os personagens de Vida Sobre Rodas mostraram em manobras individuais e em duplas porque são os melhores do país. Tentei entrar, mas infelizmente não consegui, parei e fiquei assistindo o que rolava dos telões do lado de fora mesmo até que dois caras começaram a correr em volta de mim (??) e de repente um desceu a porrada no outro e eu fiquei ali no meio, quase levei uma de graça também.

Faltou arroz e feijão

No meio de tudo isso estava o palco e no palco era hora da banda Cine. [DEUS! Que desespero.] Com roupas coloridas à la anos 80 eles subiram ao palco super animados e tocaram sons do álbum de estreia Flashback como "Chamada Perdida" e "As Cores". A cada troca de música as fãs de cabelos estrategicamente penteados para a esquerda (assim como o vocalista DH) iam aos berros. A banda arriscou fechar o show com "Blood Brothers" do Papa Roach, os primeiros riffs até me deixaram esperançosa, mas não deu. O vocalista ia de um lado a outro sem fôlego e dando várias firuladas um tanto quanto enganosas, além daquele tecladinho bizarro e fora do tempo no meio das músicas que não me convenceu. Pois é DH, precisa treinar mais um pouquinho.


Não entendi

Trocas de equipamentos e algumas voltas no espaço depois começou o show da Fresno. Divulgando o último trabalho, o álbum Redenção, eles tocaram sons conhecidos como "Uma Música", "Alguém Que Te Faz Sorrir" e as mais antigas "Velha História" e "Quebre as Correntes". Confesso que depois da Cine, eles me pareceram musicalmente bem melhores. Mandaram bem em "Radio Gaga" do Queen [que a meninada deve ter achado que era algum som novo] e para finalizar, Lucas ligou um sintetizador, fez uns ruídos meio desconexos e deixou eles rolando enquanto a banda se despedia da platéia...


Champagne e água benta

Charlie Brown é uma daquelas bandas que você ouve e sabe de todas as letras mesmo que não queira, eles tocam em comercial, programa de TV, rádio e qualquer barraquinha que venda CD. Por causa disso e de muitas outras situações esses sons lembram muito minha adolescência. A banda [de Chorão] estava fazendo a última gravação para o DVD da turnê e eles desceram à porrada tocando os sons com mais pegada de rock de seus álbuns por causa de um defeito na guitarra de Thiago Castanho. Mesmo sem a formação que deu origem a banda, os músicos continuam muito bons e Chorão num misto de comemoração e animação abriu uma champagne e jogou no pessoal falando trezentas vezes que o skate estava em suas veias. A pista tradicionalmente montada no palco, tinha ninguém menos que mineirinho. No setlist estavam a bonitinha "Me encontra" do novo álbum Camisa 10, joga bola até na Chuva, "Rubão", "Zóio de Lula" e algumas das minhas favoritas "Proibida pra Mim", "Hoje eu Acordei Feliz" e "Champagne e Água Benta". A galera pediu "Confisco" mas não rolou. Ao invés disso teve uma session de "Tree Little Birds" e uma cover malandra de "Break On Through" dos Doors.


Atitude, vinho e hardcore

O Face to Face subiu ao palco por volta das 23hs e mostrou porque depois de tantos anos ainda é referência para muita gente. Sem roupas coloridas, sintetizadores forçados ou champagne os caras tocaram um som atrás do outro sem nenhuma dó ou firula com o público. O bem humorado vocalista Trever Keith já entrou falando que como eles não tinham álbum novo iam tocar as velhas mesmo [haha, como se alguém fosse se importar], falou várias vezes que queria voltar ao país já que eles estão ficando velhos e não tocarão por muito tempo e revelou um interesse [piada?] de abrir um show do Iron Maiden. Entre uma taça de vinho e outra passaram por toda a discografia com "Disconnected" que um fã subiu para cantar junto, saiu correndo e pulou do palco, "I Want", "Blind", "A-OK", "I Won't Lie Down" e o show aparentemente tinha acabado. Começou até a rolar um comercial da Antarctica quando os fãs começaram a gritar, eles voltaram, ligaram os cabos sem roadie e mandaram mais uma para a alegria da galera que foi tanta que até invadiu a área VIP sendo retirada [de um jeito muito estúpido, sem necessidade] pelos seguranças.


Para quem quiser saber os ganhadores dos concursos de grafite e skate amador é só entrar no site.

Enquanto isso, a Chácara do Jockey fica guardadinha pro Killers.

1ª foto: Marco Gomes. Mais fotos: Divulgação.


Um comentário:

r.l disse...

Muito boa a resenha, divertida... e eu também não entendi a troca dos equipamentos, mas, terá melhores ano que vem espero.