quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Resenha The Donnas - Condessa Safira e Hellsakura no Inferno

Dia 2/11/08 no Inferno Club foi dia de “ode ao rock and roll”. Desde o set da DJ Lu Riot que rolou Motley Crüe, Twisted Sisters, Aerosmith e Guns ´n´ Roses, até as bandas que tocaram foram um verdadeiro tributo as raízes do gênero. Mas, não foi só isso. Em vez de headbangers suados, barbas e roupas rasgadas, as mulheres tomaram conta da noite. Abrindo alas para as californianas do The Donnas, Hellsakura e Condessa Safira fizeram as honras e representaram bem a cena feminina paulista.

Os primeiros a se apresentarem foram Júlia Jups (vocal), Breno Bolan (baixo), Bruna Mariani (guitarra) e Zé Menezes (bateria). Enquanto ajeitavam os últimos detalhes no palco, o Condessa Safira já aquecia a galera cantando alguns trechos de “Don´t wait up for me”. Entre os sons mais conhecidos da banda a afinadíssima Júlia cantou “O inferno de nós dois”, “Ao mesmo lugar”, “Nunca é tarde demais” e “Um pouco de alguém” que fez todo mundo pular. O ponto alto do show foi a versão bem mais pancada do clássico do hard rock “I remember you” do Skid Row.

A ansiedade de todos crescia, mas a primeira troca de palco foi rápida e o Hellsakura entrou menos de vinte minutos depois. Além da música lema da banda “You punk you rock” o baixista Napalm, o baterista Bart e a voz rasgada com riffs pesados de guitarra de Cherry tocaram sons como “Janela Suja”, “Mel para os ouvidos” e “Meu nick não para”. Cherry ainda agradeceu a presença de todos dizendo “ainda bem que vocês estão aqui e não zumbizando na net” e completa falando que isso é necessário para o fortalecimento da cena. Depois de fazer a alegria de todos os presentes tocando “Whole lotta Rosie” do AC/DC, ela troca sua guitarra para fazer uma homenagem ao irmão que morreu de overdose e finaliza o show tocando o instrumento dele.

Depois de quase meia-hora de espera e gracinhas do roadie enquanto organizava os equipamentos, finalmente a “american rock and roll machine” sobe ao palco. Começando pela baixista Maya Ford (Donna F), a guitarra Allisson Robertson (Donna R) e a baterista Torry Castellano (Donna C) surgem os primeiros acordes de “Bitchin”, música de introdução do álbum mais recente da banda que também é o nome da turnê. Quando finalmente a simpática vocalista Brett Anderson (Donna A) entra e apresenta a banda, elas partem para o segundo som da noite “Don´t wait up for me”. Daí para frente foi só festa, tocaram “Who invited you” do Spend the Night, “Wasted” e “What do I have to do” que a platéia toda cantou o refrão. Além de “Fall behind me”, “Smoke you out” e “I Didn't Like You Anyway” do Get Skintight. Com pausa para a piadinha da baixista Maya sobre Michael Jackson, a segunda metade do show foi embalada por sons como “Better off dancing” e a já clássica “Takes one to knowone”. Para os garotos presentes dedicaram “Like an animal” e “5´o clock in the morning” foi tocada com um solo de Allisson digno de seu título de melhor guitarrista dos últimos tempos. Especialmente para os fãs brasileiros tocaram “Cheeba” que de acordo com Brett é tocada somente nos shows brasileiros. E depois de pular “Strutter”, a lendária cover do Kiss, finalizam com “Take it off” cantada em uníssono e deixando um gostinho de quero mais.

Depois da noite extasiante, procurei o pessoal da Ataque Frontal para marcar uma entrevista com as garotas. E no dia 5, terça-feira encontrei a banda no estúdio Nimbus, onde Maya fazia uma tattoo e conversei brevemente com a vocalista Brett.

Quando perguntei o que tinha achado da turnê do ano passado e por que tinham voltado, Brett disse que elas adoraram o Brasil e ainda mais o fato de que aqui as pessoas realmente gostam de rock, independente se a banda está na rádio ou não. Perguntei ainda se elas tiveram tempo para conhecer as baladas de São Paulo e o que mais curtiram na cidade. Ela diz que não saíram muito do hotel por falta de tempo, mas que gostaram muito dos shows no Inferno Club e da tarde de autógrafos na loja Sick in Silly com os fãs, onde inclusive uma fã elogiou sua voz e ela respondeu “My voice is your voice, so we can rock both worlds”. Falando sobre as bandas de abertura (Hellsakura e Condessa Safira), ela diz que as bandas são muito legais e que tiveram a oportunidade de beber juntas e foi muito divertido. Questionei também a falta de “Strutter” que estava no setlist e ela diz que apesar do Kiss ser uma das grandes influências da banda elas queriam fazer algo especial, por isso tocaram “Cheeba”. Os planos para 2009? Brett diz que elas continuarão compondo e pretendem voltar ao Brasil e também lançar um DVD com os shows de da turnê de Bitchin (inclusive os nossos). Atenciosa, finaliza agradecendo aos fãs brasileiros com um "You rock”.
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