AS BOAS DO DIA

Wheels não é um som inédito, já que sua estreia aconteceu em uma cerimônia singela de comemoração ao 4 de julho na Casa Branca com direito a Obama aplaudindo. Mas, é uma gracinha e muito gostosa de ouvir (assim como a maioria das músicas do Foo Fighters). Ela faz parte de uma coletânea da banda que virá com uma versão extendida da clássica "Everlong" e a segunda inédita "Word Forward", o lançamento está previsto para novembro. O vídeo você vê aí embaixo ou aqui.

Dead Weather - I Cut Like a Buffalo

Estranhou o nome da música? Então, vai estranhar a música e com certeza o clipe. Aliás, essa é uma das especialidades do Jack White, conseguir pensar em diversas coisas ao mesmo tempo, uma mais diferente do que a outra. Depois de Treat me Like your Mother do primeiro álbum do supergroup Dead Weather, White resolveu ir para trás das câmeras e dirigir o vídeo de I Cut Like a Bufallo, esse aqui embaixo.

Thom York Sessions - The Eraser

Não teve um lugarzinho na web que eu não esbarrace nesse projeto solo do Thom York. E não é pra menos, "The Eraser"está sendo lançado com uma campanha que espalhou esse bonequinho da imagem a cima por várias de Londres e simboliza uma espécie de apocalipse de valores e marcos da cidade. O site oficial está cheio de enigmas para decifrar, com direitos a rascunhos em PDF escritos a mão por York. Quem teve a chance de ver o Radiohead no Just a Fest, sabe que ele é um showman de primeira e sozinho não ia ser diferente, o show-ensaio de estréia em LA teve ingressos esgotados e músicos famosos por todos os lados. Dá uma olhada nesse vídeo abaixo, uma das músicas do show, veja mais sons novos aqui e o último vídeo perdido da apresentação aqui.

IS THIS REAL MUSIC?

Aproveitando a pegada do show de hoje, o Carlos Merigo do Brainstorm #9 fez um post muito legal falando sobre como "Fake Plastic Trees" do Radiohead, acabou se tornando o "cartão de visita" dos caras no Brasil. Não é o caso de questionar se eles seriam mais ou menos famosos se não tivesse rolado a propaganda, já que além da banda não estar entre as dez mais populares, não levaria 30 mil pessoas pra um show por causa de um comercial que também já é meio antigo para o público imediatista de hoje. Só o fato dele ter repercutido bem é super considerável.

O engraçado é que esse tipo de ação cresceu horrores dessa época para cá. E o que antes era uma doação filantrópica, virou sustento de muita gente por aí. Acho que a comercialização da música nunca esteve em um pico tão alto e quanto mais meios, mais gente explorando isso de todas as formas. Empresas como a Motorola, Nokia e Sony Ericsson patrocinam clipes e ringtones de artistas e existem casos como o da Mallu Magalhães que teve boa parte do CD paga com a campanha feita para a Vivo. Tem também a Converse All Star que fez um vídeo lançado recentemente (esse aqui embaixo) com o Julio Casablancas do Strokes, Santogold e N.E.R.D.



O foda desses clipes é que você não distingue mais se é propaganda ou se é real mesmo. Só sei que fico realmente incomodada, mesmo sabendo que na atual seca da indústria fonográfica isso se torne compreensível e que o povo tem o leitinho das crianças para levar pra casa. Pô, mas fora isso, ver o carinha lá atender o celular 15 vezes em um clipe de dois minutos é mais que subestimar a inteligência do espectador.

Aí continuo cá com meus botões: até que ponto chegará essa prostituição do meio musical? Ainda tem banda, como o Radiohead mesmo, que prefere outros meios e faz uso do bom senso. Mas, tem gente que topa tudo pela grana e aí mais uma vez tenho que ser bombardeada pelo mesmo tipo de abordagem? Isso ainda é meio confuso para mim, mas prefiro continuar a acreditar na arte pela arte...